Taxa de desemprego fica nos 12,4% em Junho
Valor é igual ao calculado pelo INE para Maio, que por sua vez foi alvo de uma forte revisão em baixa.
Os dados agora publicados apontam para que a taxa de desemprego (provisória e corrigida do efeito da sazonalidade) se tenha situado nos 12,4% em Junho. Este é o mesmo número calculado para o mês de Maio, o que aponta para a estabilização deste indicador no início do Verão.
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Os dados agora publicados apontam para que a taxa de desemprego (provisória e corrigida do efeito da sazonalidade) se tenha situado nos 12,4% em Junho. Este é o mesmo número calculado para o mês de Maio, o que aponta para a estabilização deste indicador no início do Verão.
De acordo com o INE, havia em Portugal cerca de 615 mil desempregados em Junho (636 mil, quando se faz o ajustamento da sazonalidade), um número praticamente inalterado face a Maio.
No entanto, é preciso ter em conta que o valor do desemprego registado em Maio foi agora fortemente corrigido face à primeira estimativa realizada há cerca de um mês pelo INE. Na altura, o gabinete de estatísticas tinha indicado que a taxa de desemprego tinha crescido de 12,8% em Abril para 13,2% em Maio. Afinal, revela agora o INE, tinha baixado de 12,8% para 12,4%, um resultado bastante mais positivo.
É possível – e mesmo provável tendo em conta o que tem vindo a acontecer no indicador de desemprego mensal desde que começou a ser calculado - que a taxa relativa a Junho venha ainda a ser sujeita a uma revisão no próximo mês, o momento em que o INE a passa de “provisória” para “definitiva”.
O INE explica que os dados do desemprego mensal agora publicados relativamente a Junho “são provisórios, uma vez que se trata de um trimestre móvel em que para os dois primeiros meses a recolha da informação do Inquérito ao Emprego já foi concluída (Maio e Junho de 2015) e para o terceiro mês foi realizada uma projecção (Julho de 2015) com base em modelos de séries temporais”.
Os dados do desemprego trimestral, referentes ao período de Abril a Junho deste ano serão publicados pelo INE na próxima quarta-feira, 5 de Agosto. No primeiro trimestre do ano, a taxa de desemprego situou-se em 13,7%, mais 0,2 pontos percentuais do que no quarto trimestre de 2014 e menos 1,4 pontos percentuais do que no trimestre homólogo do ano passado.
Tendência decrescente
Depois de ter atingido um máximo de 17,5% em Janeiro de 2013, a taxa de desemprego oficial em Portugal tem vindo a revelar uma tendência decrescente, à medida que a economia regressou igualmente a taxas de crescimento positivas.
Recentemente, o primeiro ministro, com base nos dados de Abril, afirmou que o Governo tinha conseguido criar em Portugal 175 mil novos empregos. Este valor, contudo, não leva em conta a totalidade da legislatura. Apenas diz respeito precisamente ao período situado entre Janeiro de 2013 (quando se atingiu o valor máximo) e Abril de 2015. De fora destas contas fica o período entre Junho de 2011, quando o Governo tomou posse e Janeiro de 2013, quando a tendência de evolução do desemprego foi de forte subida.
Considerando a totalidade da legislatura até agora, verifica-se que a taxa de desemprego em Junho de 2011 e Junho de 2015 (este último, um valor provisório) é praticamente idêntica, sendo respectivamente de 12,3% e 12,4% (valores ajustados da sazonalidade), respectivamente. Em termos absolutos, o número de desempregados passou de 662 mil para 636 mil.
Estes números não levam em conta outros indicadores importantes de stress no mercado de trabalho, como a subida do número de pessoas em idade activa que se sentem desencorajadas e deixaram de procurar emprego e o aumento do número de emigrantes permanentes e temporários. Em ambos os casos, essas pessoas deixaram de contar para a taxa de desemprego portuguesa apesar de não terem conseguido encontrar trabalho em Portugal.
A continuação da descida da taxa de desemprego no futuro, que a coloque próxima dos valores registados em média no período anterior à crise promete ser demorada. Esta semana, o Fundo Monetário Internacional alertou que um processo desse tipo poderia levar duas décadas a ser completado. O próprio Governo, no Programa de Estabilidade entregue em Bruxelas, continua a colocar a taxa de desemprego acima dos 10% em 2019.