Renovação q.b. em maratona da coligação PSD-CDS
Sete mulheres, sete membros do Governo, três independentes. Estes os ingredientes para encabeçar as listas da coligação em que apenas sete repetem o primeiro lugar.
Depois de o PS já ter apresentado o programa e as listas, esta semana será dominada pela agenda da coligação. Nesta segunda-feira foi a vez dos cabeça-de-lista, amanhã o programa é apresentado em Lisboa. Na quinta-feira, as listas serão fechadas em reunião do Conselho Nacional.
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Depois de o PS já ter apresentado o programa e as listas, esta semana será dominada pela agenda da coligação. Nesta segunda-feira foi a vez dos cabeça-de-lista, amanhã o programa é apresentado em Lisboa. Na quinta-feira, as listas serão fechadas em reunião do Conselho Nacional.
Uma das características destas listas é a de que em 22 círculos apenas sete candidatos repetem o primeiro lugar: Maria Luís Albuquerque, em Setúbal; Teresa Morais, em Leiria; Cristóvão Crespo, em Portalegre; José Pedro Aguiar-Branco, no Porto; Carlos Abreu Amorim, em Viana do Castelo; Carlos Gonçalves, na Europa; e José Cesário, Fora da Europa.
Quanto a saídas há alguns nomes sonantes que não aparecerão. Do CDS, Pires de Lima, ministro da Economia, há dois anos que assumiu que não continuaria na política. Fora da Assembleia ficarão também os secretários de Estado do CDS Paulo Núncio e Casanova Almeida. Já do lado do PSD, o ministro Poiares Maduro anunciou o seu regresso à vida académica e Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, deixa São Bento. Sublinhe-se o regresso de Manuel Frexes, antigo deputado, subsecretário de Estado da Cultura com Cavaco Silva e antigo presidente da Câmara do Fundão, que lidera a lista em Castelo Branco.
Outra característica das listas da coligação é que apenas se perfilam em primeiro lugar três independentes. Em Coimbra, surge Margarida Mano, vice reitora da Universidade. Também independente é José Carlos Barros, especialista em ambiente, que lidera a lista em Faro. Igualmente com estatuto de independente recandidata-se o deputado Carlos Abreu Amorim, em Viana do Castelo.
Novidade nos cabeça-de-lista da coligação são as sete mulheres, um valor que ultrapassa o do PS, que apresenta seis. A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, concorre por Setúbal. A secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais, em Leiria — neste círculo primeiro nome do CDS é a ministra da Agricultura Assunção. A deputada e vice-presidente do PSD Teresa Leal Coelho surge em Santarém. A deputada e ex-dirigente nacional do PSD Nilza Sena é primeira em Beja. A secretária de Estado da Defesa, Berta Cabral, é cabeça-de-lista nos Açores, círculo onde Félix Rodrigues é o primeiro nome do CDS. E Sara Madruga da Costa estreia-se como número um da Madeira, onde José Manuel Rodrigues é o primeiro do CDS-PP. A representação de mulheres o PSD subiu de 9% para 32%, sublinhou o secretário-geral do partido, Matos Rosa.
Quanto ao Governo, o primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, é número um em Lisboa, seguido de Paulo Portas, vice-primeiro-ministro e líder do CDS. Mas há mais membros do Governo nas listas. No Porto, o cabeça-de-lista é o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco. O segundo é o vice-presidente do PSD, Marco António Costa. E o quarto candidato e primeiro nome do CDS é Luís Pedro Mota Soares, ministro da Segurança Social. Em Braga, o número um é o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva.
Quanto a secretários de Estado, em Viseu o cabeça de lista é António Leitão Amaro, responsável pela Administração Local que, entrou no Governo em 2013, após a saída de Miguel Relvas. E José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, encabeça a lista por Fora da Europa. Registe-se que, em Aveiro, o cabeça-de-lista é o líder parlamentar Luís Montenegro. Mas neste círculo o quarto candidato e primeiro nome do CDS é João Almeida, secretário de Estado da Administração Interna, que herda simbolicamente a representação que durante anos foi de Paulo Portas, que se candidatou, desde 1999, sempre como o número um do CDS em Aveiro.
As listas foram feitas com base nos resultados eleitorais das legislativas de 2011. A única excepção é Lisboa, em que surgem os dois líderes, num critério usado quando PSD e CDS concorreram coligados em 1980. Matos Rosa salientou à Lusa que, "nos termos do acordo de coligação" com o CDS, "cabia ao PSD indicar os cabeças de lista" e que no último Conselho Nacional do PSD ficou expresso que essa escolha seria "da responsabilidade do presidente do partido".
Reagindo à composição das listas PSD-CDS, Graça Fonseca, do Secretariado do PS, diz que estas confirmam "que esta coligação está esgotada", pelo que as listas representam "mais do mesmo, os mesmos rostos dos últimos quatro anos que aplicaram aos portugueses uma austeridade sem limites, demonstrando uma enorme insensibilidade social".