MNE angolano diz que activistas detidos não são presos políticos

Georges Chikoti diz não estar preocupado com a campanha internacional para a libertação e mantém que estariam a preparar um golpe.

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Georges Chikoti, numa viagem a Lisboa, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete Daniel Rocha/PÚBLICO/Arquivo

A 20 de Junho foram detidas 13 pessoas: Afonso Matias “Mbanza Hamza”, Albano Bingobingo, Arante Kivuvu, Benedito Jeremias, Domingos da Cruz, Fernando Tomás “Nicola Radical”, Hitler Jessia Chiconda “Samusuku”, Inocêncio Brito “Drux”, José Hata “Cheik Hata”, Luaty Beirão (o rapper Ikonoclasta), Nelson Dibango, Nito Alves, Nuno Álvaro Dala, Osvaldo Caholo, Sedrick de Carvalho, o capitão Zenóbio Zumba, Manuel Faustino. Estavam numa residência em Luanda, para debater política à volta de um livro sobre resistência não-violenta contra a opressão: Da ditadura à democracia — Uma estrutura conceptual para a libertação, do norte-americano Gene Sharp.

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A 20 de Junho foram detidas 13 pessoas: Afonso Matias “Mbanza Hamza”, Albano Bingobingo, Arante Kivuvu, Benedito Jeremias, Domingos da Cruz, Fernando Tomás “Nicola Radical”, Hitler Jessia Chiconda “Samusuku”, Inocêncio Brito “Drux”, José Hata “Cheik Hata”, Luaty Beirão (o rapper Ikonoclasta), Nelson Dibango, Nito Alves, Nuno Álvaro Dala, Osvaldo Caholo, Sedrick de Carvalho, o capitão Zenóbio Zumba, Manuel Faustino. Estavam numa residência em Luanda, para debater política à volta de um livro sobre resistência não-violenta contra a opressão: Da ditadura à democracia — Uma estrutura conceptual para a libertação, do norte-americano Gene Sharp.

Outras três pessoas foram detidas nos dias seguintes, juntando-se a Marco Mavungo, preso desde há mais de quatro meses, acusado de rebelião por organizar uma manifestação pacífica em Cabinda.

Há uma campanha internacional pela libertação destes activistas, na qual participam os escritores José Eduardo Agualusa e Ondjaki, ou artistas como Nástio Mosquito, por exemplo, além do jornalista Rafael Marques ou de vários investigadores e académicos de universidades estrangeiras. A defesa dos activistas pediu no fim da semana um habeas corpus para os detidos.

Mas o chefe da diplomacia angolana disse não estar preocupado com a campanha internacional para a libertação dos activistas. “Essas pessoas não demonstraram um valor político essencial para Angola. Antes pelo contrário, orientaram-se para uma via completamente inaceitável”, disse Chikoti sobre os detidos, em declarações disponíveis no site Rede Angola.

“Angola é um país democrático, tem partidos políticos que participam no Parlamento. O que não se pode aceitar é que as pessoas queiram utilizar a violência como via de atingir ou alcançar o poder político”, afirmou.

Um grupo de activistas agendou para 29 de Julho, em Luanda, uma “manifestação pacífica” para denunciar o que definem como “prisões arbitrárias e perseguições políticas”. O protesto vai realizar-se no mesmo dia também em Lisboa, às 18h, no Largo de São Domingos.