Pedida investigação criminal aos emails de Hillary Clinton
A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos usou uma conta pessoal quando era chefe da diplomacia. Wall Street Journal diz que quatro emails continham material classificado.
A análise ao conteúdo de um pequeno grupo de emails enviados e recebidos por Clinton quando era a responsável pela diplomacia americana foi feita pela Inspecção Geral dos Serviços Secretos (que avalia riscos e vulnerabilidades dos departamentos federais que lidam com informação sensível e secreta). E o relatório, enviado para membros do Congresso na quinta-feira, diz que pelo menos quatro mensagens contêm material classificado.
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A análise ao conteúdo de um pequeno grupo de emails enviados e recebidos por Clinton quando era a responsável pela diplomacia americana foi feita pela Inspecção Geral dos Serviços Secretos (que avalia riscos e vulnerabilidades dos departamentos federais que lidam com informação sensível e secreta). E o relatório, enviado para membros do Congresso na quinta-feira, diz que pelo menos quatro mensagens contêm material classificado.
Neste ponto, as fontes dos jornais que avançam a notícia diferem. O Times diz que na altura em que Clinton enviou ou recebeu a informação na sua conta pessoal - e não numa conta oficial e submetida a um sistema de segurança - os documentos não estavam classificados. Ao Wall Street Journal um porta-voz da Inspecção Geral, Andrea Williams, diz que "estavam na altura em que foram enviados e continuam a estar".
A amostra avaliada, perto de 40 emails, permitiu aos inspectores concluir que, no total dos mais de 30 mil emails que vão ler, haverá "centenas" "potencialmente" classificados.
O Times diz que o Departamento de Justiça ainda não decidiu se avança ou não com o processo criminal.
A notícia de que Clinton, que está a lutar pela candidatura democrata à presidência dos Estados Unidos (as eleições são em Novembro de 2016), usou o email pessoal quando estava no cargo não perturbou até agora a sua campanha. Mas uma investigação criminal pode influenciar o processo.
Desde que o caso foi tornado público, em Março, a antiga chefe da diplomacia e agora candidata à Casa Branca tem dito que nenhuma informação classificada passou pela sua conta privada; explicou ter optado pelo email pessoal porque era mais "conveniente" usar apenas uma conta. Foi duramente criticada por essa opção.
“Em retrospectiva, teria sido mais fácil ter duas contas de email e andar com dois telefones. Mas por uma questão de conveniência, e porque era permitido, quando assumi o cargo de secretária de Estado optei por continuar a usar a minha conta pessoal”, explicou na altura Hillary Clinton, tentando esvaziar a polémica.
Na sequência da notícia, o Departamento de Estado decidiu verificar o conteúdo de perto de 55 mil páginas de email. Uma primeiro grupo de três mil páginas já veio a público, no final de Junho, não havendo nele temas sensíveis ou secretos. Mas, diz o New York Times, entre os emails já lidos "uma porção de duas dezenas" receberam retroactivamente o selo de "classificado", que não tinham quando passaram pela conta da candidata do Partido Democrata.
O Departamento de Estado anunciou que o trabalho de análise às 55 mil páginas estará completo até Janeiro de 2016, sendo o conteúdo divulgado à medida que for sendo verificado.