João Abecasis deixa presidência da Unicer dois meses depois da recondução
Rui Lopes Ferreira, actual vice-presidente, será o novo presidente executivo da dona da Super Bock.
Em comunicado, os accionistas da Unicer, dona da Super Bock, “reconhecem o elevado profissionalismo e dedicação que João Abecasis sempre colocou no exercício das suas funções e agradecem o seu contributo para os resultados da empresa, desejando-lhe as maiores felicidades pessoais e profissionais”. A cervejeira é detida em 44% pela Carlsberg e em 56% da Viacer (holding composta pela família Violas, com uma posição de 46,5%, pela Arsopi, com 28,5%, e pelo BPI, com 25%).
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Em comunicado, os accionistas da Unicer, dona da Super Bock, “reconhecem o elevado profissionalismo e dedicação que João Abecasis sempre colocou no exercício das suas funções e agradecem o seu contributo para os resultados da empresa, desejando-lhe as maiores felicidades pessoais e profissionais”. A cervejeira é detida em 44% pela Carlsberg e em 56% da Viacer (holding composta pela família Violas, com uma posição de 46,5%, pela Arsopi, com 28,5%, e pelo BPI, com 25%).
A saída do actual CEO surge dois meses depois de ter sido reconduzido no cargo para o triénio 2015-2018 durante a Assembleia Geral. Contudo, a equipa já não incluía Rui Freire, administrador com o pelouro de marketing e comunicação que deixou a Unicer por razões não divulgadas. A empresa também não adiantou, nesta quarta-feira, os motivos da substituição de João Abecasis.
O gestor foi administrador executivo com o pelouro comercial do mercado interno da Unicer de 31 de Janeiro de 2011 a Julho de 2013, e presidente da Comissão Executiva desde 26 de Julho de 2013.
No ano passado, a Unicer aumentou as vendas globais (que incluem águas e refrigerantes) em 3%, para 477 milhões de euros. Depois de Portugal, Angola é o principal mercado, valendo um quarto das vendas. Contudo, o ritmo de consumo neste país africano abrandou desde a crise do preço de petróleo e a escassez de divisas.
A possibilidade de introdução de quotas à importação de vários produtos alimentares, cerveja incluída, trouxe preocupações à empresa, que se prepara para avançar com a construção de uma fábrica em Angola no próximo ano. Em Janeiro, a Unicer deu nota dessa inquietação através de um comunicado em que dizia que a possibilidade de um limite à importação de 400 mil hectolitros de cerveja traria consequências “muito gravosas” para a economia angolana . Além da eventual perda de postos de trabalho, as quotas podem pôr em risco “a realização de investimento estrangeiro em Angola e, dessa forma, comprometer a transição de volumes importados para produção local”.
Ao Diário Económico, Manuel Violas, chairman da Unicer, admitiu que na base da saíde de Abecasis "estão visões estratégicas diferentes para a empresa". "Chegou a altura de nos separarmos", disse.