Kepler-452b, a super-Terra que mais se aproxima do nosso planeta
Planeta está na “zona habitável”, a distância à sua estrela que permite água líquida, considerada essencial para a vida.
Em termos de diâmetro, este planeta ainda não é exactamente como o nosso. É 60% maior, o que o coloca na categoria das super-Terras. E embora a massa e composição também não estejam ainda determinadas, os estudos apontam para que seja rochoso como a Terra. Ou seja, um sítio onde seria possível assentar os pés em solo firme, e não gasoso como Júpiter ou Saturno. Mas o que o torna especial, digno de notícia, agora que a descoberta de exoplanetas já é quase banal, é sobretudo a distância a que está da sua estrela. Encontra-se na chamada “zona habitável”, onde é possível que a água corra por montes e vales. Para tal, um planeta não pode estar nem muito perto nem muito longe da estrela, porque assim a água, a existir, ou se evapora ou está congelada.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Em termos de diâmetro, este planeta ainda não é exactamente como o nosso. É 60% maior, o que o coloca na categoria das super-Terras. E embora a massa e composição também não estejam ainda determinadas, os estudos apontam para que seja rochoso como a Terra. Ou seja, um sítio onde seria possível assentar os pés em solo firme, e não gasoso como Júpiter ou Saturno. Mas o que o torna especial, digno de notícia, agora que a descoberta de exoplanetas já é quase banal, é sobretudo a distância a que está da sua estrela. Encontra-se na chamada “zona habitável”, onde é possível que a água corra por montes e vales. Para tal, um planeta não pode estar nem muito perto nem muito longe da estrela, porque assim a água, a existir, ou se evapora ou está congelada.
Ora o novo planeta, baptizado de Kepler-452b, não está muito mais longe da sua estrela do que a Terra está do Sol. E é por isso que completa uma órbita em 385 dias, enquanto o nosso planeta o faz em 365. Portanto, um ano em Kepler-452b tem mais 20 dias (é cerca de 5% mais longo) do que um ano na Terra. Também a distância à estrela, a Kepler-452, é 5% maior do que entre a Terra e o Sol. Cá no nosso sistema solar, o nosso planeta e o astro-rei encontram-se a uma distância média de 150 milhões de quilómetros. No sistema solar de Kepler-452b, essa distância é de cerca de 157,5 milhões de quilómetros.
A NASA, em comunicado, frisa que este é o primeiro planeta quase do tamanho da Terra encontrado na zona habitável à volta de uma estrela do mesmo tipo do Sol. Já vai é um pouco mais adiantada na idade: tem 6000 milhões de anos, ao passo que o Sol anda pelos 5000 milhões. Ainda que tenham a mesma temperatura à superfície (quase 6000 graus Celsius), em relação ao Sol ela brilha 20% mais e o diâmetro é 10% maior.
O planeta foi descoberto graças às observações do telescópio espacial Kepler — lançado pela NASA em 2009 e que deixou entretanto de funcionar —, daí o nome que lhe foi dado e à estrela.
Para a NASA, o Kepler-452b é um marco na viagem em busca de outra Terra. Na verdade, em 2015 assinalam-se os 20 anos da descoberta do primeiro planeta noutro sistema solar: em 1995, Michel Mayor e Didier Queloz, do Observatório de Genebra (Suíça), encontraram em redor da estrela Pégaso 51, a 50 anos-luz de nós, um planeta gigante. Feito de gases, e não de rochas, tinha metade do tamanho de Júpiter e andava tão perto da estrela que demorava só 4,2 dias a orbitá-la. Muitos monstros gasosos se seguiram, até que nos fomos aproximando da Terra. O número actual de exoplanetas está quase a chegar aos 2000, desde gigantes gasosos até mundos rochosos.
“Este resultado entusiasmante põe-nos mais perto de uma Terra 2.0”, disse John Grunsfeld, da NASA, citado no comunicado. “Podemos pensar no Kepler-452b como o primo mais velho e maior da Terra, que nos dá a oportunidade de compreender a evolução do ambiente no nosso planeta”, referiu por sua vez Jon Jenkins, chefe da equipa do Kepler na NASA. “É inspirador pensar que um planeta passou 6000 milhões de anos na zona habitável de uma estrela. É uma grande oportunidade para aparecer vida, assim existam os ingredientes e as condições para haver vida neste planeta.”
Notícia actualizada às 23h18 de 23 de Julho de 2015.