Farol-Capela de S. Miguel-O-Anjo, no Porto, vai ser reabilitado
Secretário de Estado da Cultura vai ao Porto na sexta-feira, mas antes, na quinta, anda pelo Minho, onde será apresentado o projecto Escritores a Norte.
O Farol, uma marca da zona do Porto conhecida como Cantareira, foi construído em 1528, depois do bispo de Viseu, D. Miguel da Silva, ter dado ordem para que tal acontecesse, no ano anterior. Desactivado no século XVII, o espaço continuou a funcionar como capela, acabando por sofrer algumas alterações que, já no século XIX, culminaram com a construção de dois novos edifícios, agregados ao primeiro – o dos Pilotos da Bairro do Douro e a Torre Semafórica ou Telégrafo. A construção do molhe, no final daquele século, afundaram os rochedos onde o farol estava assente e a plataforma da nova estrutura recebeu o marégrafo e o anemómetro, que permitiam medir, respectivamente, a altura das marés e a velocidade dos ventos.
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O Farol, uma marca da zona do Porto conhecida como Cantareira, foi construído em 1528, depois do bispo de Viseu, D. Miguel da Silva, ter dado ordem para que tal acontecesse, no ano anterior. Desactivado no século XVII, o espaço continuou a funcionar como capela, acabando por sofrer algumas alterações que, já no século XIX, culminaram com a construção de dois novos edifícios, agregados ao primeiro – o dos Pilotos da Bairro do Douro e a Torre Semafórica ou Telégrafo. A construção do molhe, no final daquele século, afundaram os rochedos onde o farol estava assente e a plataforma da nova estrutura recebeu o marégrafo e o anemómetro, que permitiam medir, respectivamente, a altura das marés e a velocidade dos ventos.
Apesar de estar classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1951, o Farol está fechado, conforme refere a própria DRCN, em comunicado, e “em muito mau estado de conservação, devido à salinidade do ar, ao desgaste natural de quase 500 anos de vida, às mutilações provocadas pelo encosto dos outros edifícios e por usos espúrios”.
A intervenção que será formalizada na sexta-feira tem, por isso, como objectivo “a conservação/restauro do edifício do Farol e a sua valorização, incluindo-se nesta a abertura ao público e a criação de um núcleo expositivo que enquadre historicamente o sítio e o monumento”, lê-se no mesmo documento. O futuro núcleo interpretativo deverá ficar instalado na Estação Salva-Vidas da Cantareira.
Já existe um projecto para a reabilitação do farol, mas o facto de já ter alguns anos obrigará a que seja revisto e, eventualmente, reajustado. Por isso, na sexta-feira, não é provável que sejam avançados prazos para o arranque da obra ou mesmo os custos da intervenção, uma vez que ambos dependerão do projecto final.
Ainda assim, é certo que a intervenção irá abranger o farol e os edifícios adjacentes, bem como a área envolvente, o que obrigará ao envolvimento das duas entidades que assinam o protocolo mas também da Associação Comercial do Porto, que mandou construir a Torre Semafórico, e da Administração dos Porto do Douro e Leixões, que tem a jurisdição sobre os terrenos que envolvem as estruturas.
Está previsto que tanto o ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, como o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, estejam presentes na assinatura do protocolo. Barreto Xavier tem ainda agendadas, para o mesmo dia, visitas ao Museu Nacional de Imprensa, às obras da Igreja de Santa Clara e à Sé do Porto.
Escritores a Norte está pronto
Antes da sexta-feira dedicada ao Porto, Barreto Xavier vai andar pelo Minho, já esta quinta-feira, onde, entre outras coisas, irá participar na apresentação do projecto “Escritores a Norte, vidas com obras em casas d’escritas”, no Mosteiro de Tibães, em Braga. Desenvolvido pela DRCN e co-financiado por fundos comunitários, o projecto representa um investimento de 145 mil euros e centra-se, para já, em nove casas espalhadas pela região Norte.
O projecto inclui um portal (www.escritoresanorte.pt) com toda a informação sobre as casas e o seu património, a edição de um livro sobre o tema, com uma tiragem de seis mil exemplares e que será editado em quatro línguas (Português, Francês, Inglês e Espanhol) e a produção de nove documentários, que serão agregados numa série de televisão e serão, posteriormente, lançados em DVD.
As casas abrangidas, para já, pelo projecto são a Quinta das Quintãs, sobre Domingos Monteiro, Pina de Morais e Graça Pina de Morais, no concelho de Mesão Frio; Espaço Miguel Torga e Casa Miguel Torga, em Sabrosa; Casa de Camilo Castelo Branco, no concelho de Vila Nova de Famalicão; Fundação Arthur Cupertino de Miranda, sobre Mário Cesariny, no concelho de Vila Nova de Famalicão; Casa Museu Ferreira de Castro, no concelho de Oliveira de Azeméis; Casa Museu Guerra Junqueiro, no Porto; Casa Museu Aquilino Ribeiro, no concelho de Moimenta da Beira; Fundação Eça de Queirós, no concelho de Baião; e a Casa Museu José Régio, no concelho de Vila do Conde.
O programa de Barreto Xavier desta quinta-feira inclui, ainda a visita à Sé de Braga e ao Museu dos Biscainhos, na mesma cidade; a assinatura do protocolo de gestão da Hospedaria do Mosteiro de Tibães, neste espaço; e a visita ao Mosteiro de Vilar de Frades, em Barcelos.