Segunda fase de exames arrancou com prova de Português que divide opiniões

As duas associações de professores não se entendem em relação ao grau de exigência da prova. Para uma ele é superior ao do exame da primeira fase, para a outra é previsível que as classificações subam.

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“A prova desta sexta-feira não tem ambiguidades e merece-nos uma avaliação satisfatória, mas tem um grau de dificuldade mais elevado e exige um nível de desempenho mais alto, a diversos níveis, por parte dos alunos”, comparou Rosário Andorinha, dirigente da Associação Nacional de Professores de Português (Anproport), em declarações ao PÚBLICO. Disse, sobre o mesmo exame, ter estranhado que uma das questões (o item 5, parte B do I grupo) exigisse "um conhecimento global da obra Frei Luís de Sousa, quando por norma os classificadores recebem indicações para, pelo contrário, não valorizarem o facto de os alunos evocarem conhecimentos globais, não relacionados com os excertos” que fazem parte dos enunciados.

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“A prova desta sexta-feira não tem ambiguidades e merece-nos uma avaliação satisfatória, mas tem um grau de dificuldade mais elevado e exige um nível de desempenho mais alto, a diversos níveis, por parte dos alunos”, comparou Rosário Andorinha, dirigente da Associação Nacional de Professores de Português (Anproport), em declarações ao PÚBLICO. Disse, sobre o mesmo exame, ter estranhado que uma das questões (o item 5, parte B do I grupo) exigisse "um conhecimento global da obra Frei Luís de Sousa, quando por norma os classificadores recebem indicações para, pelo contrário, não valorizarem o facto de os alunos evocarem conhecimentos globais, não relacionados com os excertos” que fazem parte dos enunciados.

Já Edviges Ferreira, que preside à Associação de Professores de Português (APP), defende que a prova "não é mais exigente, pelo contrário", e que "é objectiva": "É provável que a média das classificações seja mais alta do que na primeira fase", considerou.

Esta prova, que  foi realizada por 19.427 alunos,  é usada como uma segunda oportunidade para os estudantes que não obtiveram aprovação na primeira fase (essa, sim, obrigatória) ou para tentativa de melhoria de classificação. A nota que os alunos obtiverem, contudo, não poderá ser utilizada na primeira fase de candidatura ao ensino superior, que arranca já na próxima segunda-feira.

A classificação das provas de Português feitas na primeira fase – cuja média nacional foi de 11 valores  – está envolta em polémica, devido à denúncia da Anproport de que nem todos os professores classificadores tiveram acesso às mesmas informações e de que, por isso, não foi garantida, “com rigor, a equidade” entre os alunos.

O Instituto de Avaliação Educativa (o organismo responsável pela elaboração dos exames e dos critérios de classificação e também por todo o processo de classificação das provas ) contrapôs que todos os professores classificadores estavam “em igualdade de circunstâncias no que se refere ao acesso a um coordenador do processo de classificação, à possibilidade de exposição das suas dúvidas e de com ele obterem os devidos esclarecimentos”. Mas Rosário Andorinha insistiu na denúncia, acrescentando ter provas de que não foi assim. Segundo afirmou, não só houve “questões levantadas por classificadores que ficaram sem resposta”, como outras tiveram respostas diferentes. Ou seja, para as mesmas perguntas houve critérios distintos a serem aplicados.

A segunda fase de exames prossegue na próxima semana e é de prever que sejam muitos os alunos a aproveitar esta nova oportunidade no caso de um dos exames que se realizam logo na segunda-feira – o de Biologia e Geologia, do 11.º ano, cuja classificação média na primeira fase foi de 8,9 valores (menos que os 11 na primeira fase do ano anterior). Na terça-feira realiza-se o exame de Matemática. Na primeira fase, os alunos conseguiram uma classificação média de 12 valores, um dos melhores resultados em 20 anos de exames nacionais.

Segunda fase no 9.º pela primeira vez
Nesta quinta-feira começou também a 2.ª fase de exames do 9.º ano, que se realiza pela primeira vez, com uma prova que a Associação Nacional de Professores de Português (Anproport) considerou ter “um nível médio no domínio da exigência” e ser “exequível para alunos que se encontrem minimamente preparados para este momento de avaliação”. Na primeira fase, a classificação interna valia 70% da classificação final mas na segunda aquela deixa de ser tida em conta e os alunos só precisam de ter positiva para passarem.

Esta segunda fase de exames já existia para os alunos do 4.º ano e do 6.º. Foi criada este ano para o 9.º ano com o objectivo de oferecer outra oportunidade a dois grupos de alunos: os que no fim do ano lectivo não se encontravam em condições de transitar (e, por isso, ainda fizeram provas de equivalência ao 3.º ciclo nas escolas) e os que chumbaram na primeira fase das provas nacionais.

Com esse objectivo, nesta quinta-feira fizeram a prova nacional de Português 5942 alunos, ou seja, 91,3% dos inscritos. Na próxima segunda-feira realiza-se a prova de Matemática. Na primeira fase a classificação média às duas disciplinas foi, respectivamente, de 58% e 48%.