Fruta em fim de vida transforma-se em comida em pó
FoPo Food Powder é o nome do projecto, pensado por um grupo de estudantes internacionais. A ideia é contribuir para o combate ao desperdício alimentar
São alimentos em fim de vida e com o destino traçado — o contentor do lixo — e podem ser convertidos em novos alimentos, com prazo de validade aumentado. A empresa FoPo Food Powder seca frutas e vegetais que já ninguém quer comprar e transforma-as em pó, dando-lhes uma nova vida.
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São alimentos em fim de vida e com o destino traçado — o contentor do lixo — e podem ser convertidos em novos alimentos, com prazo de validade aumentado. A empresa FoPo Food Powder seca frutas e vegetais que já ninguém quer comprar e transforma-as em pó, dando-lhes uma nova vida.
“[Não estamos] a usar um novo produto ou uma nova tecnologia, [mas] sim a criar valor a partir da ineficiência do sistema alimentar”, disse um dos criadores da marca, Gerald Marin, ao site “Mashable”. A FoPo foi uma ideia do estudante sueco de engenharia mecânica Kent Ngo, que se juntou depois a Via Jarolimkova, Lizzie Cabisidan, Ada Balazy e Marin.
O conceito tem um cariz humanitário e pode contribuir para o combate ao desperdício alimentar, cujos números impressionam. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), todos os anos são desperdiçadas 1,76 mil milhões de toneladas de alimentos — e a curta validade de alguns produtos é uma das razões para que isto aconteça.
A FoPo aumenta a vida útil das frutas e vegetais de duas semanas para dois anos. Para já estão disponíveis três sabores: banana, manga e framboesa. Em breve também o ananás vai integrar a lista, mantendo 30 a 80% do seu valor nutricional, assegura a empresa. O pó pode ser ingerido tal como é apresentado nas embalagens, que se assemelham às das batatas-fritas, ou utilizado na confecção de bolos e sumos ou como “topping” para iogurtes e gelados.
Depois de uma campanha de “crowdfunding” bem sucedida no Kickstarter, a empresa integra agora um projecto piloto nas Filipinas, com o apoio do governo deste país e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
O objectivo é que, num futuro próximo, a FoPo possa vender o produto a baixo custo a organizações não-governamentais.