O belíssimo preto e branco de O Astrágalo (fotografia de Frederic Serve), que tanto serve de evocação de outro tempo como de aproximação a um dos últimos grandes cultores do preto e branco (Philippe Garrel, de quem Brigitte Sy é, ou foi, próxima na vida pessoal), dá vontade de gostar mais do filme do que depois acaba por se gostar. Porque o seu balanço entre naturalismo e artificialismo — não só na maneira de filmar, também nos diálogos — não resulta assim tão bem, parecendo o produto demasiado evidente de uma vontade de sofisticação que dilui mais do que o que constrói, assim como uma versão muito auto-consciente daquele “realismo francês” que tem na presença dos actores o seu elemento fundamental. Verdade seja dita, da parte deles (Leila Bekhti e Reda Kateb) nada a obstar, capazes de fazer ecoar (ainda os “ares de família”) aquela mistura de luz e sombra de que se fazem tantos casais garrelianos.
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O belíssimo preto e branco de O Astrágalo (fotografia de Frederic Serve), que tanto serve de evocação de outro tempo como de aproximação a um dos últimos grandes cultores do preto e branco (Philippe Garrel, de quem Brigitte Sy é, ou foi, próxima na vida pessoal), dá vontade de gostar mais do filme do que depois acaba por se gostar. Porque o seu balanço entre naturalismo e artificialismo — não só na maneira de filmar, também nos diálogos — não resulta assim tão bem, parecendo o produto demasiado evidente de uma vontade de sofisticação que dilui mais do que o que constrói, assim como uma versão muito auto-consciente daquele “realismo francês” que tem na presença dos actores o seu elemento fundamental. Verdade seja dita, da parte deles (Leila Bekhti e Reda Kateb) nada a obstar, capazes de fazer ecoar (ainda os “ares de família”) aquela mistura de luz e sombra de que se fazem tantos casais garrelianos.