É muito simples
Em Portugal nem toda a população é perita no problema grego. Eu, por exemplo, não sou.
Em Portugal nem toda a população é perita no problema grego. Eu, por exemplo, não sou. Quando me ponho a ler explicações, nos jornais e nas revistas mais sérias, sobre os problemas da Grécia não há uma só que seja convincente ou que não seja tautológica.
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Em Portugal nem toda a população é perita no problema grego. Eu, por exemplo, não sou. Quando me ponho a ler explicações, nos jornais e nas revistas mais sérias, sobre os problemas da Grécia não há uma só que seja convincente ou que não seja tautológica.
Antigamente eram os economistas os principais culpados. Agora é toda a gente. A variedade mais irritante de explicador é o que começa por dizer que o problema da Grécia "é muito simples". Como quem diz: "até tu, minha besta, vais perceber".
Segue-se uma explicação que é, de facto, muito simples mas carece de potência explicativa. É caso para invocar o antigo ditado português que diz "muita palha come a besta, mas mais besta é quem lha dá".
Não sei nada sobre os problemas da Grécia mas ao menos sei que são com certeza complicados e que dependem do ponto de vista e dos interesses de todos aqueles que procuram defini-los e resolvê-los.
Quando cada pessoa que se pronuncia sobre a Grécia se convenceu que percebe o problema e está certa de conhecer a solução a única conclusão a tirar é, esta sim, muito simples. Entre estarmos quase todos enganados e termos todos razão já se sabe para que lado é que tende a probabilidade. Para o pior.