PS está 4,9 pontos percentuais à frente da coligação PSD-CDS, mas sem maioria absoluta
37,6% para o PS, 32,7% para a coligação da maioria é a intenção de voto dos inquiridos que defendem categoricamente um Governo de maioria e um Presidente da República diferente.
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O PS fica em primeiro lugar com uma diferença de 4,9 pontos percentuais em relação à coligação PSD-CDS na projecção dos resultados sobre intenções de voto da sondagem em urna feita pela Intercampus para o PÚBLICO, a TVI e a TSF, cujo trabalho de campo decorreu entre 26 de Junho e 4 de Julho.
Os socialistas atingem assim os 37,6% de intenção de votos, ainda distante de uma maioria absoluta, enquanto a coligação fica com 32,7%. O que significa que se as eleições fossem hoje a vitória eleitoral caberia do PS, já que nesta sondagem a margem de erro máximo de amostragem considerado pela Intercampus é de mais ou menos 3,1%.
Por sua vez, a CDU surge com 11% de intenção de voto e o BE com 6%. Nos resultados trabalhados pela Intercampus, em que os dados foram projectados descontando os indecisos e os abstencionistas, os outros partidos somam 6,7% e os votos brancos ou nulos atingem os 5,9%.
Há quatro anos, a última sondagem feita pela Intercampus e editada pelo PÚBLICO, a TVI e a Rádio Comercial, colocava o PSD de Passos Coelho (36,5%), 5,4 pontos percentuais à frente do PS de José Sócrates (31,1%).
Governo de maioria
No que se refere à formação de Governo, os inquiridos são categóricos a preferirem uma solução com maioria absoluta, escolhendo esta resposta 65,7%, enquanto 25,4 % optam por um Governo sem maioria. Já no caso de não haver maioria absoluta, 36,4% preferem “um governo de coligação entre ‘os partidos de poder’” e 33,4% optam por um “governo de coligação de partidos de esquerda”. A Intercampus não inclui nesta pergunta a hipótese de os inquiridos escolherem a coligação de direita, pois como o PSD e o CDS já concorrem coligados a preferência por esta solução corresponde a um governo de maioria referida na pergunta que surge imediatamente antes no estudo.
A maioria dos inquiridos considera que o PS ganhará as legislativas de Outubro (45,9%) e que a coligação PSD-CDS as irá perder (31,4%). Acrescente-se que 30,9% dos inquiridos se afirma “mais próximo” do PS, enquanto 27,4% se diz “mais próximo” do PSD, 4,8% “mais próximo” do CDS, 10% “mais próximo” da CDU e 5,1% mais próximo do BE.
Quanto à apreciação de como deve actuar o ocupante do primeiro órgão de soberania, 84,6% dos inquiridos consideram que o próximo Presidente da República deve ter uma actuação diferente da que tem tido o actual Presidente, Aníbal Cavaco Silva.
Resultados em bruto
Olhando para os resultados deste estudo da Intercampus em termos brutos, sem projecção, ou seja incluindo as respostas dos indecisos, dos abstencionistas e os votos em branco, o PS atinge 30,3% das intenções de voto, a coligação PSD-CDS 26,3%, a CDU 8,9%, o BE 4,8 %.
Já no ranking de partidos mais pequenos ou dos novos partidos temos o MRPP com 1,9%, o Partido pelos Animais com 0,8%, o Partido Democrático Republicano com 0,6%, o Livre/Tempo de Avançar com 0,5% e a coligação PTP/Agir com 0,2%. Os votos brancos atingem 4,7%. Já os inquiridos que se declaram indecisos são 9,7% e os abstencionistas são 9,9%, de uma amostra de 1014 inquiridos, dos quais 539 são mulheres e 475 são homens.
Quanto às prioridades do futuro Governo, à frente, com 83,3% das escolhas, surge a “criação de emprego”, seguindo-se “baixar impostos” com 55,1%. Em terceiro lugar aparece a “recuperação do poder de compra” com 45,9%. Com 42,6% aparece o “garantir condições para o crescimento”. Em quinto, “repor os cortes feitos na função pública” (25,8%) e apenas 25,4% dos inquiridos consideram prioritário "reduzir o défice e manter a credibilidade”.
A avaliação do estado do país é, nesta sondagem, negativa. Numa escala de 0 a 10, a média das respostas situa-se em 4,1, sendo que a categoria que mais respostas obtém é “muito mal” com 37,6%. Já na comparação do estado do país com o de há quatro anos a média desce para 3,4, numa escala igual. Sendo a resposta mais votada a de “pior” com 37,7 das respostas. E apenas 23,6% dos inquiridos respondem que está “melhor” ou “muito melhor”.
Já sobre se "a resposta do Governo à crise foi melhor", a média fica de novo negativa (3,5) sendo que a maioria (34,1%) considera que ela o foi “poucas vezes”. Mas é também negativa (3,7%) a apreciação sobre se “a oposição apresentou propostas e ideias melhores”, com 41,9% das respostas a caírem na categoria “poucas vezes”.
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