Movimento pela reutilização de livros escolares queixa-se ao provedor de Justiça

Lei que estabelece seis anos de vida para os manuais escolares "não é cumprida".

Foto
As escolas recusam perder verbas para o ensino superior Paulo Pimenta

O movimento lançou esta segunda-feira uma campanha de recolha de reclamações/denúncias de "obstáculos à reutilização dos manuais" que serão entregues ao provedor juntamente com a queixa. A campanha decorrerá até ao dia 30 deste mês.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O movimento lançou esta segunda-feira uma campanha de recolha de reclamações/denúncias de "obstáculos à reutilização dos manuais" que serão entregues ao provedor juntamente com a queixa. A campanha decorrerá até ao dia 30 deste mês.

"Esta é uma causa particularmente sensível, atinge muita gente", disse o porta-voz do movimento Henrique Trigueiros Cunha, lembrando que, apesar de a lei determinar seis anos para a validade de um manual, tal não acontece e, por exemplo, "este ano, devido às metas curriculares, a maioria dos livros do 9.º ano irá para o lixo, mesmo aqueles que foram substituídos há apenas dois ou três anos".

Segundo o responsável, nos últimos quatro anos, "num movimento de cidadãos sem precedentes, abriram em Portugal mais de 200 bancos associados ao Reutilizar.org e dezenas de milhares de alunos disseram sim à reutilização dos manuais escolares", contudo, "a cada ano inventam-se novas razões para obrigar os pais a comprar novos livros para os seus filhos".

O movimento entende ser a hora de colocar um ponto final à situação e acredita que "cada cidadão deve apoiar uma causa à qual é sensível".

Henrique Trigueiros Cunha destacou que, desde 2011, quando nasceu o movimento, o Reutilizar.org já recebeu muitas queixas, denuncias e reclamações "relatando as mais infames histórias de pressões sobre as escolas e autarquias que desejam abrir bancos de livros e de alunos a quem não é permitido reutilizar os seus livros".

O fundador do movimento critica "um sistema que favorece empresas instaladas e que obriga os pais a pagar essa máquina", lembrando que “o ensino é obrigatório e os livros são obrigatórios”. Na prática, sustentou, “como não são oferecidos, somos nós que estamos a financiar, por decreto, essas empresas livreiras", sustentou.