Passos Coelho diz que dívida grega não pode ser esquecida
De Visita a Cabo Verde, primeiro-ministro português comenta referendo grego
“Iremos aguardar o resultado do referendo. Respeitamos a decisão do Governo grego de convocar o referendo e respeitaremos também o resultado. Não vou antecipar expectativas, porque já houve quem se tivesse pronunciado pela Europa toda em número suficiente sobre o que se está a passar nesta altura na Grécia”, afirmou Passos Coellho.
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“Iremos aguardar o resultado do referendo. Respeitamos a decisão do Governo grego de convocar o referendo e respeitaremos também o resultado. Não vou antecipar expectativas, porque já houve quem se tivesse pronunciado pela Europa toda em número suficiente sobre o que se está a passar nesta altura na Grécia”, afirmou Passos Coellho.
Salientando que o resultado do referendo “não é indiferente”, o chefe do executivo português assumiu, porém, que, qualquer que seja o desfecho, os países europeus são credores de um financiamento “muito avultado” à Grécia.
“Esses países que emprestaram muito dinheiro à Grécia fizeram-no numa expressão de solidariedade europeia, mas aguardando também que a Grécia possa, com isso, resolver os seus problemas e, no futuro, dar conta dessas responsabilidades, pagando os empréstimos feitos em condições muito excepcionais”, disse.
Passos Coelho, lembrando que a Grécia “vai continuar a precisar de mais financiamento”, realçou ser hoje claro que as circunstâncias se deterioraram ao longo dos últimos meses e que, por isso, tudo terá de ser discutido no quadro da condicionalidade que existe nas regras europeias.
“Mas isso depende da vontade do Governo grego. Ninguém presta auxílio à força. Aguardaremos, na sequência até do referendo, pelo resultado que o próprio Governo (grego) saberá interpretar”, sublinhou após o encontro, que terminou cerca das 13h30 locais (15h30 em Portugal).
“Depois do que vier a ser a decisão das autoridades gregas, os credores internacionais e os países parceiros da União Europeia irão avaliar a situação, de modo a ver se se consegue encontrar uma solução que vá ao encontro das dificuldades dos cidadãos gregos que, depois de tantos sacrifícios, talvez merecessem ter uma perspectiva de futuro menos sombria do que aquela que têm hoje”, acrescentou.
“Espero que, qualquer que seja o resultado, possamos cooperar numa solução equilibrada, quer para ir ao encontro do interesse dos credores, quer ao dos cidadãos gregos, que precisam de mais auxílio e de mais transformações na sua economia para se poderem desenvolver”, concluiu.