Polícias em vigília junto ao MAI para exigirem novas negociações sobre estatuto
Alguns dirigentes do SINAPOL aproveitaram o protesto para entregar folhetos aos turistas.
Numa vigília convocada pelo Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL), o protesto contou com a participação de outras estruturas sindicais da PSP, designadamente o Sindicato Nacional da Carreira de Chefes (SNCC), Associação Sindical Autónoma de Polícia e Sindicato Unificado da Polícia (SUP).
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Numa vigília convocada pelo Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL), o protesto contou com a participação de outras estruturas sindicais da PSP, designadamente o Sindicato Nacional da Carreira de Chefes (SNCC), Associação Sindical Autónoma de Polícia e Sindicato Unificado da Polícia (SUP).
Alguns dirigentes do SINAPOL aproveitaram o protesto para entregar folhetos aos turistas que passavam pelo Terreiro do Paço, para dar a conhecer os problemas dos polícias.
“Estamos aqui para que a ministra [da Administração Interna] perceba que as negociações têm de continuar”, disse à agência Lusa o presidente do SINAPOL.
Sobre as razões do protesto, Armando Ferreira avançou que “as negociações do estatuto não estão a decorrer da melhor forma”.
Além de nunca terem existido atas das reuniões, o sindicalista considera que a ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, tem “um total desconhecimento da profissão policial, não entende as razões dos sindicatos pedirem negociações extraordinárias, e recusa continuar com as negociações”.
“Há coisas neste estatuto que não são más, há coisas que têm algum valor, mas não podemos avaliar o estatuto só por aquilo que é bom, temos de avaliar o estatuto no seu todo”, afirmou, sublinhando que a ministra “terminou as negociações e nunca apresentou uma proposta de estatuto para ser analisada”.
Armando Ferreira sustentou que o SINAPOL está preparado “para levar a luta pelos direitos dos polícias, campanha eleitoral adentro”.
“Se a ministra não recuar na intenção de bloquear as negociações, iremos para a rua em vários pontos do país e demonstrar que estamos descontentes”, acrescentou.
O processo negocial sobre o futuro estatuto profissional da PSP entre sindicatos e o MAI já terminou, tendo a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) e o Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP) assinado um memorando de entendimento no final das negociações, mas exigem que o Governo aprove rapidamente as medidas com as quais se comprometeu.
Caso contrário, ameaçam utilizar "todos os meios de luta disponíveis", para exigir o seu cumprimento.
Durante o dia de hoje, a Federação Nacional de Sindicatos de Polícia (Fenpol) e o Sindicato Nacional da Carreira de Chefes (SNCC) foram recebidos pela ministra da Administração Interna, no âmbito das negociações suplementares, tendo sido os únicos dois sindicatos a ser recebidos por Anabela Rodrigues, nesta fase do processo.
O SINAPOL foi um dos sindicatos que pediu para ser recebido, mas Anabela Rodrigues alegou que o pedido foi entregue fora do prazo.
“Fizemos uma reclamação à ministra que ainda não respondeu. Passados dez dias, se não obtivermos qualquer resposta, vamos para a justiça”, disse o presidente do sindicato, Armando Ferreira, realçando que é necessário esclarecer “se o chefe de gabinete da ministra tem poderes para terminar as negociações”.