Área da praia da Zambujeira do Mar interditada devido a perigo de derrocadas

A situação será reavaliada dentro de duas semanas.

Foto

A instabilidade da arriba, de acordo com o comandante da Polícia Marítima e da Capitania de Sines, José António Velho Gouveia, é consequência das obras do programa Polis Litoral Sudoeste que estão a decorrer no local.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A instabilidade da arriba, de acordo com o comandante da Polícia Marítima e da Capitania de Sines, José António Velho Gouveia, é consequência das obras do programa Polis Litoral Sudoeste que estão a decorrer no local.

A Avenida da Praia, uma calçada que liga o centro da Zambujeira do Mar à entrada da praia, está fechada ao trânsito desde o início de Junho e o espaço para os peões passarem é também mínimo. No chão está a ser aberta uma enorme vala para o sistema de esgotos. Há maquinaria pesada a trabalhar e camiões a circularem, o que coloca em perigo a estabilidade da enorme arriba que é uma imagem de marca daquela praia premiada da costa alentejana, que ostenta bandeira azul.

O responsável da Marinha Portuguesa indicou que, na parte norte desta praia, cerca de 40 metros do areal permanecem utilizáveis, enquanto o restante está vedado e sinalizado, para manter uma "zona de segurança". Mas só é possível utilizar essa zona que permanece fora da parte interdita na maré vazia.

A situação, que as autoridades, nomeadamente a Administração da Região Hidrográfica do Alentejo, não pretendem que seja definitiva, será reavaliada dentro de duas semanas, acrescentou a mesma fonte.

Na última semana, o PÚBLICO constatou no local que a área interditada do areal tem aumentado dia após dia. Mas a interdição limita-se a baias colocadas todos os dias pela Polícia Marítima, e que são constantemente levadas pelas ondas na maré alta. Não há qualquer aviso ou explicação nos painéis existentes à entrada da praia, ao cimo da escadaria.

Com a maré vazia é possível permanecer na praia, entre as baias e a linha da água, mas com a subida da maré todo o areal é ocupado pelas ondas. Os banhistas têm respeitado a interdição e a praia tem estado deserta durante a tarde, altura da maré cheia.

Ainda em Odemira, a praia dos Alteirinhos (a sul da Zambujeira do Mar), cujo areal só descobre durante a maré baixa, não está a ser vigiada, uma vez que não está concessionada, apesar de ser considerada de uso balnear desde o ano passado, referiu também José António Velho Gouveia.

A praia da Vieirinha - Vale de Figueiros, uma das mais procuradas do concelho de Sines, mantém-se igualmente sem vigilância permanente, situação que implica a perda da bandeira azul, confirmou.

Nas restantes 14 praias de banhos na jurisdição da Capitania de Sines, entre Melides (Grândola) e Carvalhal (Odemira), a época balnear prossegue com normalidade.

Nas áreas não vigiadas, os banhistas podem contar apenas com os elementos do Instituto de Socorros a Náufragos que, no âmbito do projecto "Praia Segura", percorrem a costa num veículo tipo pick-up, auxiliados por militares apeados que prestam apoio a vários níveis, nomeadamente alertando banhistas e pescadores para situações de perigo.