Dijsselbloem diz que triunfo do "não" é mau para posição negocial grega
Resposta à argumentação de Alexis Tsipras, que na quarta-feira disse que um “não” daria mais força ao país nas negociações.
“A situação degradou-se devido ao comportamento go Governo grego”, declarou, esta quinta-feira, o também ministro das Finanças holandês a uma comissão do Parlamento do seu país, segundo as agências noticiosas.
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“A situação degradou-se devido ao comportamento go Governo grego”, declarou, esta quinta-feira, o também ministro das Finanças holandês a uma comissão do Parlamento do seu país, segundo as agências noticiosas.
Dijsselbloem disse também que “não é verdade” que um "não" permita aos gregos beneficiarem de um pacote de reformas e medidas orçamentais menos duras do que é exigido pelos credores internacionais.
As declarações são, na prática, uma resposta àquela que tem sido argumentação do Governo grego, designadamente do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, que na quarta-feira disse que um “não” deixaria o país numa posição negocial mais forte.
Já esta quinta-feira, o ministro das Finanças disse à Bloomberg TV que um triunfo do “não” reforça a posição negocial de Atenas. Yanis Varoufakis afirmou que deixará o executivo em caso da vitória do “sim”. Noutra entrevista, à rádio australiana ABC, declarou que poderá ser mesmo o Governo a demitir-se. Mas ressalvou que “nada está concluído” e manifestou optimismo para as negociações pós-referendo.
Logo no início da semana, Alexis Tsipras tinha acenado com a hipótese de demissão. “Não sou um primeiro-ministro que fique no cargo quer “faça chuva ou faça sol”, disse.
Noutra declaração inserida na campanha para o referendo em que tanto os governantes gregos como os dirigentes europeus estão já empenhados, o Presidente francês, François Hollande, disse esta quinta-feira que uma vitória do “não” levará a que se entre num campo “desconhecido”
“Se o sim vencer, a negociação pode facilmente avançar. Se for o não, entramos num campo desconhecido. Cabe aos gregos decidir”, disse, segundo a AFP, em resposta numa conferência de imprensa no Benim, no âmbito de uma digressão por África.
Dijsselbloem acredita que uma maioria dos gregos quer permanecer na zona euro e que o referendo mostrará que estão dispostos a aceitar a austeridade. Disse também que as negociações se tornaram muito politizadas e uma “perda de tempo”, e que é difícil superar as “diferenças fundamentais” existentes nesta altura entre a Grécia e os seus parceiros europeus.
O presidente do Eurogrupo afirmou ainda que a questão que é colocada no referendo se refere a reformas e medidas com impacto orçamento, a troco de apoio financeiro que deixaram de ter relevância depois de o programa de assistência financeira ter expirado, na terça-feira.
No referendo de domingo, é colocada aos eleitores gregos a seguinte pergunta :
“Deve ser aceite o plano de acordo que foi submetido pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu e pelo Fundo Monetário Internacional no Eurogrupo de 25.06.2015, e que consiste em duas partes, que constituem a sua proposta unificada? O primeiro documento tem como título 'Reformas para o cumprimento do actual programa e para além dele' e o segundo 'Análise preliminar da sustentabilidade da dívida'.”