O título fugiu apesar de Portugal terminar o Europeu sem derrotas

A final diante da Suécia acabou sem golos após os 90’ regulamentares e o prolongamento. O sonho da selecção sub-21 portuguesa caiu por terra no desempate por grandes penalidades.

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O sonho comandava o destino da selecção sub-21 portuguesa, que chegou à final sem derrotas. O percurso irrepreensível começou durante a qualificação e continuou na fase final, culminando num expressivo triunfo sobre a poderosa Alemanha na meia-final (5-0) que colocou o favoritismo do lado português no encontro decisivo. Mas a equipa nacional acordou desse sonho de forma dolorosa, superada nas grandes penalidades pela frieza sueca — apenas duas semanas depois de a formação sub-20 ter sido afastada pelo Brasil, também nos penáltis, nos quartos-de-final do Mundial. Para a equipa de Rui Jorge sobra, como consolação, a qualificação para os Jogos Olímpicos (colocando um ponto final a 12 anos de ausência) e um percurso notável ao longo da competição.

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O sonho comandava o destino da selecção sub-21 portuguesa, que chegou à final sem derrotas. O percurso irrepreensível começou durante a qualificação e continuou na fase final, culminando num expressivo triunfo sobre a poderosa Alemanha na meia-final (5-0) que colocou o favoritismo do lado português no encontro decisivo. Mas a equipa nacional acordou desse sonho de forma dolorosa, superada nas grandes penalidades pela frieza sueca — apenas duas semanas depois de a formação sub-20 ter sido afastada pelo Brasil, também nos penáltis, nos quartos-de-final do Mundial. Para a equipa de Rui Jorge sobra, como consolação, a qualificação para os Jogos Olímpicos (colocando um ponto final a 12 anos de ausência) e um percurso notável ao longo da competição.

Pela primeira vez desde 2002, o Europeu sub-21 foi decidido nas grandes penalidades. Mas, até lá, Portugal e Suécia travaram uma batalha de nervos, no estádio onde a selecção nacional tinha sofrido a última derrota (em Março, num jogo particular contra a República Checa). A preponderância foi inicialmente da equipa portuguesa, que esteve muito perto de marcar logo aos sete minutos: num livre a castigar falta sobre William Carvalho, Sérgio Oliveira acertou em cheio na trave.

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A formação orientada por Rui Jorge surgiu sem novidades no “onze” — a única alteração foi o regresso de Tiago Ilori à titularidade no centro da defesa, ao lado de Paulo Oliveira, recambiando Tobias Figueiredo para o banco de suplentes — e começou a monopolizar a bola e a dominar os acontecimentos. Mas sentia dificuldades em entrar na área sueca, porque os lances aéreos não faziam mossa nos defesas nórdicos, que foram uma autêntica parede de gelo. Hakan Ericson, o seleccionador sueco, tinha prometido uma equipa muito compacta e o sector recuado nunca se descompôs.

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Numa das raras oportunidades para Portugal atirar à baliza sueca (38’), João Mário surgiu em excelente posição mas viu o remate ser interceptado por Milosevic. A estratégia sueca era evidente: conceder a iniciativa a Portugal e esperar. A equipa nacional terminou o primeiro tempo com 61% de posse de bola e 267 passes completados (contra 105 da Suécia), mas após largos períodos de pressão intensa sobre o adversário, começou a ficar mais exposta. Até sensivelmente 15 minutos do final do tempo regulamentar, Portugal não deixou a Suécia respirar.

Mas, subitamente, os escandinavos despertaram. Cada minuto pesava como chumbo aos jogadores portugueses, cujo desgaste após uma longa temporada de futebol era evidente. A Suécia melhorou na partida e levava cada vez mais perigo à baliza de José Sá, mas Guidetti e Kiese Thelin não foram capazes de desfazer a igualdade.

O prolongamento foi o derradeiro sacrifício para a selecção portuguesa, que jogava de forma lenta e previsível, orientada por um instinto de sobrevivência que a impelia a ficar perto da área defensiva. Ao mesmo tempo, os suecos como que cresciam e tornavam-se mais velozes. A melhor oportunidade do tempo extra pertenceu a Khalili, cujo remate passou rente ao poste da baliza e fora do alcance de José Sá (95’).

Tudo seria decidido nas grandes penalidades. E aí, com excepção de Khalili (que atirou fraco, para as mãos de José Sá), os suecos foram muito mais assertivos do que os portugueses: Guidetti, Kiese Thelin, Augustinsson e Lindelöf marcaram de forma irrepreensível, sem hipóteses de defesa. A equipa de Rui Jorge começou a vacilar ao segundo pontapé, quando Tozé acertou na trave mas viu a bola ressaltar dentro da baliza e depois sair. Ricardo Esgaio falhou, depois João Mário manteve Portugal agarrado ao sonho mas no penálti decisivo William Carvalho não foi capaz de bater Carlgren.

A Suécia celebrou o título de campeã da Europa de sub-21, sucedendo à Espanha. E Portugal, 21 anos depois, voltou a ver fugir o troféu europeu sub-21. Mesmo que tenha caído sem sofrer derrotas.