2015, o ano de Plutão
Pequeno, frio e distante, Plutão vai finalmente receber a visita de uma sonda espacial.
Desde que foi descoberto em 1930, que Plutão é um pequeno planeta misterioso e distante. Sabemos que está coberto de gelo de vários tipos (metano, azoto e monóxido de carbono), que tem uma atmosfera rarefeita, que tem pelo menos cinco luas e que a sua densidade não é típica de um planeta gelado, mas sim de um corpo com mais rocha do que gelo. Sabemos também que faz parte de uma vasta família de corpos situados para além da órbita de Neptuno, a que chamamos genericamente de transneptunianos. Plutão é provavelmente o maior representante desta enorme família, sendo considerado um planeta anão desde 2006.
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Desde que foi descoberto em 1930, que Plutão é um pequeno planeta misterioso e distante. Sabemos que está coberto de gelo de vários tipos (metano, azoto e monóxido de carbono), que tem uma atmosfera rarefeita, que tem pelo menos cinco luas e que a sua densidade não é típica de um planeta gelado, mas sim de um corpo com mais rocha do que gelo. Sabemos também que faz parte de uma vasta família de corpos situados para além da órbita de Neptuno, a que chamamos genericamente de transneptunianos. Plutão é provavelmente o maior representante desta enorme família, sendo considerado um planeta anão desde 2006.
Foi neste mesmo ano, em que Plutão foi despromovido, que a pequena sonda (428 quilogramas) da NASA foi lançada por um foguetão Atlas V. O uso deste lançador imprimiu à sonda uma velocidade considerável. Em apenas nove horas cruzou a órbita da Lua (os astronautas demoraram três dias!), e em 13 meses chegou a Júpiter, onde apanhou um bom empurrão para chegar agora a Plutão. Extremamente longe do Sol, a pequena sonda leva um gerador de radioisótopos que produz 200 watts para alimentar a nave e o conjunto dos instrumentos científicos que leva a bordo. Além de um pequeno telescópio de 20,8 centímetros de diâmetro, que vai usar para fazer imagens de alta resolução, a New Horizons leva dois espectrómetros para analisar a composição da atmosfera e a da superfície de Plutão, além de outros detectores para estudar o ambiente energético à volta do planeta.
Desde meados de Janeiro deste ano, que estes instrumentos estão activos a monitorizar o planeta, com o objectivo de afinar a trajectória de aproximação e de estudar alguns aspectos de Plutão e de Caronte, a sua maior lua. Finalmente, se tudo correr bem, a sonda alcançará Plutão no dia 14 de Julho passando por ele de raspão. Além de Plutão, a pequena nave passará também perto de Caronte. Será um dia memorável, embora a New Horizons não fique em órbita de Plutão. Depois desta passagem, pretende-se que a sonda ainda consiga visitar um primo do Plutão que mora mais longe, mas que ainda não foi escolhido entre dois candidatos possíveis. No entanto, muita da informação recolhida no próximo dia 14 ficará na memória da sonda, que lentamente a transmitirá para a Terra (a 2000 bits por segundo) até finais do próximo ano. E nunca mais Plutão será aquele mundo frio e distante, nunca visto por olhos humanos.
Divulgador de ciência