Ao minuto: Grécia vai falhar pagamento ao FMI previsto para esta terça-feira
Cavaco espera que a Grécia fique no euro, mas disse que "se sair ficam 18 países”. Juros da dívida grega a dez anos disparam para 14,5% e aumentam pressão sobre Portugal e Espanha. Bolsas europeias em queda, mas sem movimentos bruscos.
Resumo dos principais acontecimentos do dia:
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Resumo dos principais acontecimentos do dia:
- França e Alemanha abertas a novas negociações com a Grécia, mas com uma nuance: Hollande fala em retomar o diálogo entre hoje e amanhã, Merkel remete discussões para depois do referendo.
- O Presidente da Comissão Europeia apela ao “sim” no referendo. Um “não” é um “não à Europa”, diz Juncker.
- Alexis Tsipras voltou a pedir extensão do programa por alguns dias.
- Na Grécia há filas de pensionistas concentrados às portas dos bancos, que estão encerrados.
- O euro recua e as bolsas mundiais estão em queda. Primeiro foram as praças asiáticas, depois as europeias e, agora, WallStreet.
21:41
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, já disse a Tspiras que não vê nenhuma disponibilidade entre os estados-membros para concordar com o pedido grego de extensão do programa de financiamento. “Depois de consultas com os líderes, e na ausência de novos elementos, não vejo vontade de mudar as posições manifestadas pelos ministros das Finanças na reunião de 27 de Junho”, escreve Tusk numa carta de resposta ao pedido do primeiro-ministro grego. “Infelizmente, o seu Governo quebrou as negociações sobre o programa.”
20:59
“O povo grego tem o direito a decidir o seu futuro”, reafirmou Tsipras, evocando o seu discurso aos gregos na madrugada de sábado. “Quanto maior for a participação, quanto mais pessoas votarem ‘não’, mais forte ficará a nossa posição”, afirma. Se o “sim” ganhar e a proposta dos credores for aprovada pela maioria dos gregos, o líder do Syriza vai demitir-se.
20:56
Reafirmando que a proposta que lhe foi apresentada na quinta-feira foi apresentada como "final", ao mesmo tempo que lhe deram 48 horas para decidir - Juncker afirmou entretanto que Atenas sabia que havia ainda margem de manobra - Tsipras recusa que tenha sido o seu Governo a abandonar as negociações.
20:54
“Não percebo porque insistem em propostas insustentáveis e não aceitam propostas com resultados equivalentes mas que baseiam em que pague quem mais capacidade tem para pagar”, diz Tsipras, na entrevista à televisão ERT. Sobre o pedido de extensão do programa de financiamento que fez sábado e repetiu esta segunda, ainda sem resposta, o chefe do Governo de Atenas explica que sempre pensou “que teria uma extensão porque o Governo anterior também a teve quando foram marcadas eleições antecipadas.”
20:59
“O povo grego tem o direito a decidir o seu futuro”, reafirmou Tsipras, evocando o seu discurso aos gregos na madrugada de sábado. “Quanto maior for a participação, quanto mais pessoas votarem ‘não’, mais forte ficará a nossa posição”, afirma. Se o “sim” ganhar e a proposta dos credores for aprovada pela maioria dos gregos, o líder do Syriza vai demitir-se.
20:37
O primeiro-ministro grego lembra que o seu Governo não é o único a defender que a proposta apresentada pelos credores a Atenas era inaceitável: “Até [o Nobel da Economia, Paul] Krugman pensou que a proposta era ridícula. Durante cinco meses tentaram levar-nos a apresentar a proposta deles como se fosse a nossa”.
30:34
"Acho que plano não é tirar Grécia do euro, mas tirar esperança de que possa haver outro modelo na Europa. Não é uma coisa pessoal comigo e com este Governo. Se a Grécia conseguisse uma solução fora da austeridade, então a mensagem na Europa seria que existe outra maneira", diz Tsipras.
20:31
"O 'não' no referendo vai dar-nos força para conseguir um melhor acordo", defende o primeiro-ministro grego. "Fizemos uma tentativa honesta de alcançar um acordo", diz, num dia em que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, já o acusou de "faltar à verdade".
20:29
Tsipras está a dar uma entrevista em directo na televisão grega: O primeiro-ministro defende que “a vitória do ‘não’ não equivale ao fim das negociações”, recordando que a chanceler Angela Merkel já disse que Bruxelas pode reiniciar os encontros com Atenas depois de realizado o referendo de domingo.
20:26
São já 17 mil as pessoas reunidas em apoio ao Governo grego diante do Parlamento, em Atenas. “O Governo tentou muito conseguir este acordo. Mas os credores continuaram a pedir mais. Não sei o que podemos fazer ainda”, diz a pensionista Satroula Noutsou, citada pela Associated Press, que apareceu na praça Syntagma com um grupo de manifestantes ruidosos, entoando slogans ao ritmo de um tambor. “Tsipras é um de nós, uma pessoa normal, e a há pessoas que não gostam disso.”
20:17
O ex-primeiro-ministro, grego, Antonis Samaras, desafiou Alexis Tsipras para um debate na televisão sobre o referendo de domingo. Derrotado nas eleições de Janeiro, Samaras fez esta segunda-feira o mesmo aviso que muitos líderes europeus: uma vitória do “não”, como depende o Governo do Syriza, “seria uma catástrofe sem precedentes”. Dirigindo-se aos gregos, pediu-lhes que “votem ‘sim' se querem ficar no euro, manter os bancos abertos e apoiar a Europa”.
20:09
A Rússia também se diz preocupada com a evolução da crise grega. “Moscovo está a observar os desenvolvimentos na União Europeia de muito perto no contexto da crise financeira na Grécia”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. “Estamos preocupados com as possíveis consequências negativas para o conjunto na UE.”
20:02
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou em Braga que "ninguém pode dizer que está imune àquilo que possa vir a acontecer" na Grécia. Em declarações à Lusa, sublinhou que, apesar disso, Portugal "não será apanhado desprevenido". Segundo Passos Coelho, Portugal, do ponto de vista do financiamento do Estado, tem condições para, "durante vários meses", enfrentar uma eventual volatilidade dos mercados.
19:41
Quem quer ajudar a Grécia? Algum milionário na sala? Sim, está em marcha uma operação de crowdfunding no Indigogo para conseguir os cerca de 1600 milhões de euros que a Grécia tem para reembolsar ao FMI até esta terça-feira, valor que Atenas já disse que não vai conseguir pagar.
19:40
O Presidente de Chipre enviou uma carta a Tsipras explicando que apoia o seu pedido de uma extensão do programa de resgate até à realização do referendo do próximo domingo. Numa carta enviada a Atenas, Nicos Anastasiades diz que Chipre “não só apoia como considera essa extensão necessária.”
19:14
O presidente do Conselho Europeu, Donal Tusk, avisou que se o “sim” ganhar ao “não” no referendo de domingo, “haverá menos margem para as negociações.”
18:59
“A China quer que a Grécia permaneça na zona euro e apela aos credores implicados para chegarem a acordo com o Governo grego, o mais cedo possível”, disse o primeiro-ministro Li Keqiang, depois de ser recebido por Juncker em Bruxelas.
18:49
Milhares de pessoas já estão à frente do parlamento grego, na Praça Syntagma, em Atenas, em protesto contra a austeridade e contra a proposta dos credores. Os manifestantes apelam ao povo grego para votar “Não”, no referendo de domingo. Os cartazes repetem a mesma mensagem: “Não à austeridade, não aos memorandos.”
18:19
Mesmo assegurando que o governo britânico e o Banco de Inglaterra estão “preparados para garantir a estabilidade financeira” do país, o Ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, alertou, esta segunda-feira, para os perigos de se “subestimar o impacto” que uma possível saída da Grécia do euro terá, quer para a “economia europeia”, quer para a “economia britânica”.
Dirigindo-se ao parlamento britânico, Osborne afirmou ainda que espera “o melhor” cenário para a crise grega, mas diz-se preparado para o “pior”. Para o Ministro, o referendo na Grécia é uma escolha que o povo grego terá de fazer: ficar no euro ou sair.
17:54
Na Europa, as bolsas já fecharam. Foi um dia de quedas acentuadas em todas as praças, com a Bolsa de Lisboa a registar a maior perda: 5,22%. O PSI-20 chegou mesmo a deslizar 6,16%, a maior descida desde a crise política de 2013, quando Vítor Gaspar e Paulo Portas se demitiram. Só em 3 de Julho houve uma descida maior (de 7,13%).
Milão também caiu mais de 5% e pouco atrás ficou a bolsa madrilena, a recuar 4,56%. A pressão vendedora foi menor nas acções das praças de Paris e Frankfurt, mas nem por isso deixou de ser significativa, com recuos de 3,74% e 3,56%, respectivamente. O sentimento negativo estendeu-se à City londrina, onde o recuo foi de 1,97%, e chegou a Wall Street, onde os principais índices estão em queda. O Dow Jones perde 1,24% e o Nasdaq desce 1,38%.
17:52
O líder do PS, António Costa, considerou que “o decisivo é que, qualquer que seja o resultado do referendo” de dia 5 de Julho na Grécia, que “com este ou outro plano, seja garantida a integridade da zona euro, o financiamento das economias e uma política económica que permita o crescimento, a convergência e a criação de emprego”.
Numa declaração publicada no Acção Socialista online, o secretário-geral do PS considerou que “a intranquilidade” que a Europa vive “demonstra a imprudência de quem, como o governo português, não se empenhou num acordo”, assim como “o erro estratégico de quem pensa ser possível virar a página da austeridade numa posição unilateral de confronto”.
Já se esperava que assim fosse. A Grécia não vai pagar os 1544 milhões de euros que deveria reembolsar ao FMI na terça-feira, anunciou um responsável do governo grego à Reuters. Com vários procedimentos ainda pela frente, este incumprimento não significa, porém, a bancarrota.
16:54
“O referendo grego não será um derby da Comissão Europeia contra Tsipras, mas sim do euro contra o dracma. É essa a escolha”, escreveu o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi na sua conta do Twitter, em inglês. Renzi junta-se assim a outros líderes europeus na campanha pelo “sim” no referendo de domingo.
Os presidentes francês e norte-americano falaram ao telefone esta tarde sobre a Grécia. Hollande e Obama “acordaram em conjugar os seus esforços para favorecer o retomar das discussões, permitir o mais rapidamente possível uma resolução da crise e garantir a estabilidade financeira da Grécia”, explicou uma fonte do gabinete do chefe de Estado francês.
16:31
As bolsas europeias estão prestes a fechar. Eduardo Silva, gestor da XTB, diz que a incerteza é tanta sobre o que se vai passar a seguir que nenhum cenário deve ser dado como adquirido. “Acredito que os índices poderão cair ainda muito mais do que já vimos hoje, enquanto os juros vão realmente sentir a pressão. Para já, a sensação é de contenção e de que os movimentos de queda dos índices europeus poderão escalar de uma forma dramática, perante um cenário de ruptura total. O PSI-20 é um dos índices mais visados, num cenário de aversão ao risco. As obrigações dos países periféricos seguem a oscilar em alta. Com os últimos desenvolvimentos existe muita incerteza, o que parecia um cenário de afastamento definitivo rapidamente evoluiu para indefinição em que nenhum cenário parece definitivo”.
16:20
O ministro alemão das Finanças tenta atenuar o impacto da crise grega na Europa. “Depois de a Grécia terminar as conversações, o programa de ajuda acabará a 30 de Junho de 2015. Os efeitos nos ouros países são limitados”, afirma Wolfgang Schäuble, numa carta aos deputados alemães, a que a Reuters teve acesso.
16:15
O Governo grego divulgou o texto da questão a colocar aos eleitores no referendo convocado para domingo:
“Deve a proposta que foi submetida pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional no Eurogrupo de 25 de Junho de 2015, que consiste em duas partes que, em conjunto, constituem a sua proposta global, ser aceite? “
O espaço para o “Não”, defendido pelo Governo, aparece por cima do espaço para o “Sim”.
15:39
A porta continua aberta para negociações com a Grécia, mesmo depois do colapso das discussões no final da semana passada, disse o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem
15:29
Tal como Jean-Claude Juncker, também o Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, apelou aos gregos para que votem "sim" no referendo de domingo, reiterando que pelo seu voto estarão a decidir se o país permanece ou não na zona euro.
As propostas das instituições rejeitadas na sexta-feira são "uma base suficiente e sustentável para uma melhor cooperação na zona euro" e "também significam que mais 30 mil milhões de euros vão ser pagos à Grécia, para investimento e luta contra o desemprego juvenil", acrescentou Schulz. "É uma oportunidade, e não uma humilhação."
Schulz também pediu aos parceiros europeus e ao Governo grego que retomem as negociações para encontrar uma solução "criativa" que cubra o período entre terça-feira, quando expira o actual programa de assistência financeira à Grécia, e domingo.
15:05
A chanceler alemã voltou a falar sobre a Grécia. Angela Merkel declarou-se disponível para novas negociações “depois do referendo” de domingo. “Se depois do referendo o Governo grego pedir para retomar as negociações, naturalmente não nos oporemos”, disse. Falando depois de se ter reunido com líderes dos partidos parlamentares, criticou o Governo grego pelo fracasso de um acordo, face a uma proposta que considera “generosa”. Merkel disse também que a moeda única assenta em regras e princípios. Afirmou ainda que a Europa está hoje mais robusta do que há alguns anos.
14:25
“Eu espero que a Grécia não saia [do euro], mas se sair ficam 18 países”, diz Cavaco Silva.
14:10
Alexis Tsipras já falou ao telefone com Juncker (antes da conferência de imprensa deste) e com o presidente do Parlamento europeu, Martin Schulz. Aos dois renovou o pedido de “uma extensão por alguns dias” do plano de assistência financeira à Grécia (que termina na terça-feira), para permitir a realização do referendo previsto para domingo e de modo a preservar o equilíbrio do sistema bancário grego.
13:55
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, reúne-se ainda esta segunda-feira com vários ministros e o governador do Banco de Inglaterra para examinar a situação grega e os planos de contingência do governo britânico.
13:42
"Eu espero bem que os gregos acabem por regressar à mesa das negociações. É meu convencimento de que isso será benéfico para a Europa no seu conjunto, também para Portugal e para a Irlanda, e será benéfico para a Grécia. Há muito tempo que pensava que pela forma como os negociadores gregos estavam a actuar as coisas iam acabar mal. Mas eu formulo votos para que a Grécia volte à mesa das negociações e continue a ser um país do euro em pleno direito", afirmou Cavaco Silva aos jornalistas em Paços de Ferreira, à margem da quinta jornada do roteiro para uma Economia Dinâmica.
13:35
Chegou a reacção grega às declarações de Jean-Claude Juncker: “O índice necessário de boa-fé e credibilidade numa negociação é a sinceridade”, disse o porta-voz do governo, Gabriel Sakellaridis, numa curta declaração escrita.
13:32
O Presidente da República, Cavaco Silva, afirmou que “algum contágio” acontecerá a Portugal “e não só” na sequência do rompimento das negociações entre a Grécia e os seus credores.
13:25
Ponto de situação nas bolsas europeias à hora de almoço:
Depois de amanhecerem com quedas acentuadas, as bolsas continuam no “vermelho”, mas já a recuperar. O principal índice da Bolsa de Lisboa, o PSI-20, é o que mais perde, recuando 4,35%. O Dax de Frankfurt desvaloriza-se 3,1%, o parisiense CAC recua 3,41%, em Madrid o Ibex 35 perde 3,68%, enquanto em Milão a queda chega aos 3,85%. Menos acentuadas são as descidas do índice AEX de Amesterdão (2,93%) e do Bel 20 de Bruxelas (2,3%). Na City londrina, o FTSE 100 encolhe 1,7%.
13:08
O cartoon do dia no jornal grego Kathimerini:
- "Aonde é que está a bola?"
- "Os credores dizem que está do lado dos gregos e o Tsipras diz que está do lado dos credores."
- "Olá, conseguem ouvir-me? A bola está aqui!"
12:59
O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, apela à calma. “Os espanhóis podem estar tranquilos porque, ao longo dos últimos anos, com o seu esforço e compreensão, apoiaram as reformas que fazem que agora em Espanha possamos estar tranquilos”, disse o líder conservador, ao lado do ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy.
12:49
O partido espanhol Podemos acusou as instituições credoras da Grécia de quererem "derrubar um governo grego democraticamente eleito" para mostrar que não há alternativa à austeridade e forçar as famílias gregas mais pobres a pagar. Para o Podemos, "o Governo grego [do Syriza] apresentou uma proposta ao Eurogrupo que incluía enormes concessões" e que "foi unanimemente recebida como sensata e viável".
O partido de Pablo Iglesias [que apoiou e participou em actos de campanha do Syriza em Janeiro] diz que os credores, "liderados pelo FMI", "não aceitaram que a Grécia pague as suas dívidas mediante uma subida de impostos sobre as grandes fortunas gregas", como propunha o Governo.
"O FMI e os seus sócios exigiram que o Governo grego pague subindo o IVA dos alimentos básicos e baixando as pensões. A troika exige ser paga, mas apenas aceita ser paga com o dinheiro das famílias gregas mais pobres", acusou o partido espanhol num comunicado citado pela Lusa.
12:47
Uma rápida análise semiótica do jornalista da Associated Press Derek Gatopoulos à conferência de imprensa de Juncker. As bandeiras da UE e da Grécia como pano de fundo…
12:40
Questionado sobre o que um "não" no referendo de domingo significaria, Juncker diz que "um não quererá dizer, independentemente da pergunta que for colocada, que a Grécia diz não à Europa."
Um jornalista francês confronta em seguida o Presidente da Comissão Europeia com a opinião de Valéry Giscard d'Estaing, que defende uma saída ordenada da Grécia da zona euro. Relembrando a sua admiração pelo antigo Presidente francês, "que defendeu, contra muitos outros, a entrada da Grécia na União Europeia", Juncker retoma uma citação de Giscard d'Estaing: "Platão merece melhor que a segunda divisão."
12:39
O presidente e os líderes dos grupos políticos do Parlamento Europeu reúnem-se com o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, ao início da tarde, para discutir os últimos desenvolvimentos da questão grega. O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, dá uma conferência de imprensa no final da reunião.
12:31
O que pode acontecer à dívida portuguesa? Filipe Silva, director de gestão de activos do Banco Carregosa, diz que a subida dos juros portugueses não se compara com a situação de stress da Grécia, mas diz que a incerteza gerada não permite antecipar o caminho dos mercados nos próximos dias. O comentário de Filipe Silva para o PÚBLICO: “Os juros da dívida de Portugal, Itália e Espanha estão a subir. Os juros da dívida dos outros países europeus estão a subir. Porquê? Os países do sul da Europa podem ser o ‘next in the row’, enquanto os países mais ricos reforçam o seu papel de refúgio e estão com os juros da dívida a descer. Os juros a dez anos de Portugal estão nos 3%, com uma subida de 25 pontos base. A dívida a seis anos subiu dos 1,79% para os 1,95%. É uma subida ligeira, nada que se compare a outras situações de stress sobre a Grécia, mas não deixa de ser uma subida de juros. Até ao referendo no domingo, e mesmo alguns dias depois, a incerteza é tanta que me parece um totoloto. Tudo pode acontecer e não é possível antecipar qualquer caminho para os mercados de dívida. Se o ‘não’ ganhar os partidos e movimentos contestatários dos outros países podem ganhar algum fôlego na sua luta anti-troika. Se o ‘sim’ ganhar, cai o Governo grego…”.
12:27
Falando do referendo de domingo, Juncker diz que "é tempo para os gregos dizerem o que querem e tomarem o seu destino em mão. Para esta geração, e, mais importante, para as gerações futuras."
"Se os gregos disserem sim às nossas propostas, tanto melhor.". No entanto, o Presidente da Comissão Europeia afirma que o Governo grego "faltará à verdade" se nas perguntas do referendo apresentar a proposta de sexta-feira, "que queríamos discutir com os nossos amigos gregos" como uma proposta final.
Apesar de tudo, Juncker pede "ao povo grego para votar sim, porque a partir desse voto sairá um sinal para os outros países da zona euro."
"Não devemos suicidar-nos porque temos medo de morrer", conclui enigmaticamente Juncker.
12:26
Juncker afirma que juntamente com Dijsselbloem, falou com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, na sexta-feira, tendo-lhe garantido que o Eurogrupo "estava pronto para discutir medidas relativamente à dívida, em linha com a declaração do Eurogrupo de Novembro 2012." Diz ainda que a Comissão está pronta a lançar um plano de ajuda de 35 mil milhões de euros, mas que a parte grega "abandonou as negociações na pior altura."
"Não tenho de apresentar novas propostas hoje", afirma Juncker, "porque todos os elementos estão em cima da mesa." Declara estar a dirigir-se directamente "ao povo grego" que tem "de conhecer a verdade". E revela sentir-se "traído" pelo "egoísmo" demonstrado pelo governo de Atenas.
12:21
As taxas de juro da dívida grega com um prazo de dez anos estão a disparar esta segunda-feira, superando já os 14,5%, quando na última sexta-feira os títulos estavam em 11,16%. A pressão no mercado secundário – onde os investidores trocam entre si títulos de dívida dos Estados ou manifestam intenções de troca sem a chegar a concretizar – está a intensificar-se sobre os outros países periféricos, embora com subidas menos acentuadas. As taxas de juro da dívida portuguesa aproximam-se dos 3%. A meio desta manhã estavam nos 2,97%, contra os 2,718% de sexta-feira. O mesmo está a acontecer com os títulos de Espanha (2,282%) e de Itália (2,337%), ao contrário do que se verifica com a dívida alemã (referência no mercado) e irlandesa, que estão em queda.
12:09
Juncker fala agora da última proposta apresentada pelas instituições, que foi rejeitada pelo Governo grego na sexta-feira, dizendo que se trata de um "pacote exigente e completo, mas justo".
"Não há cortes de salários neste pacote, não há cortes nas reformas", martela o Presidente da Comissão Europeia. "É um pacote que cria mais justiça social, crescimento, e uma administração mais moderna e transparente."
"Não é um pacote de austeridade estúpida."
"O Governo grego pode substituir qualquer medida por outra alternativa, desde que os números batam certo", insiste ainda Juncker. O Governo grego acusou na semana passada os seus credores de terem recusado cortes na defesa que teriam permitido poupar as pensões a mais cortes.
12:01
Declarações duras do Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, na sala de imprensa da Comissão Europeia. Visivelmente abatido, Juncker aponta baterias ao Governo grego: "Ouvimos falar de ultimatos, take-it-or-leave-it, de chantagem", queixa-se Juncker. "Mas de onde vêm os insultos, as ameaças?"
"Estou profundamente entristecido pelo espectáculo que deu a Europa no sábado passado", disse ainda, falando num "golpe duro" para a consciência europeia.
Relembrando os seus "esforços pessoais" para chegar a um acordo, Juncker afirma que nem ele nem o Presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, merecem " todas as críticas que nos [lhe] caem em cima".
Juncker fala ainda dos casos de Portugal, Irlanda e Espanha, cujos "esforços" têm dado resultado, segundo o Presidente da Comissão Europeia.
11:56
“Se o euro fracassa, a Europa fracassa”, acabou de dizer a chanceler alemã Angela Merkel, frente aos deputados do seu partido, os conservadores da CDU, naquela que é a sua primeira declaração pública depois do fracasso das negociações em Bruxelas entre a Grécia e os seus credores. “Se perdermos a nossa capacidade de encontrar compromissos então a Europa está perdida.”
11:54
O comissário europeu para a Agenda Digital, o alemão Günther Oettinger, duvida que a Grécia possa permanecer na zona euro e sublinhou que o Governo de Berlim tudo fará para evitar possíveis consequências para os outros parceiros europeus. "Queremos, se for possível, manter a Grécia na zona euro, mas é mais do que duvidoso que se possa conseguir", declarou, segundo a Lusa, antes de uma reunião da direção da União Democrata Cristã, partido da chanceler, Angela Merkel.
11:50
A Rússia está preocupada com as consequências que a crise da dívida grega possa ter para o conjunto da União Europeia, disse o porta-voz Dmitri Peskov, porta-voz do Presidente, Vladimir Putin. “Estamos preocupados com as possíveis consequências negativas para toda a UE”, disse.
11:40
A chanceler alemã, Angela Merkel, está “evidentemente disposta” a retomar negociações com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, “se ele o desejar”, disse o porta-voz da chefe do Governo de Berlim, Steffen Seibert, num habitual encontro com a imprensa.
11:22
O ministério grego do Turismo emitiu o seguinte comunicado: “O governo grego informa aqueles que estão de visita ao nosso país, ou que estão a vias de viajar para a Grécia, que as medidas anunciadas de restrição de movimentos de capital não afectam de forma alguma aqueles que precisem de fazer transacções ou levantamentos nas máquinas de multibanco usando cartões de crédito ou de débito emitidos no estrangeiro.
Também deve ser sublinhado que há uma ampla disponibilidade de combustíveis e todos os produtos e serviços que garantem uma estadia tranquila e divertida aos visitantes de todas as cidades, regiões e ilhas.
A Grécia continua a garantir um alto nível de qualidade dos serviços oferecidos aos visitantes que fazem deste país um dos principais destinos de férias do mundo.”
11:19
Daqui a poucos minutos o Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, fará uma declaração no edifício principal da Comissão Europeia, em Bruxelas. Juncker irá "indicar o caminho seguir com a Grécia", escreveu o comissário dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, no Twitter, acrescentando que "as últimas propostas da Comissão Europeia são conhecidas e estão publicadas". Entretanto. a porta-voz do executivo comunitário, Mina Andreeva, já fez saber que o Presidente "não apresentará propostas novas" nesta conferência de imprensa.
11:16
Portas diz que situação de Portugal não tem comparação com a da Grécia.
O vice-primeiro ministro defendeu nesta segunda-feira que a actual situação grega "não tem comparação" com a realidade portuguesa, a viver "um ciclo de crescimento económico".
Na abertura da conferência Caixa 2020, organizada pela Caixa Geral de Depósitos e pelo PÚBLICO, sobre o novo ciclo de fundos comunitários, Paulo Portas disse que a decisão de não pedir mais tempo e mais dinheiro à troika do Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu, "foi certeira" e "ajuizada" tendo em conta a actual crise na Grécia. "Imaginem o que seria ter aqui a troika em dias de maior incerteza europeia", afirmou.
Para o governante, Portugal conseguiu "em apenas quatro anos" fechar o seu programa de assistência financeira "no primeiro momento possível", estando assim "longe de sanções e de ameaças".
11:13
Os mercados financeiros europeus estavam ao fim da manhã a ressentir-se dos receios de uma saída da Grécia da zona euro mas, apesar de uma abertura com as maiores quedas desde 2011, não se registavam movimentos de pânico. A bolsa de Frankfurt estava a perder 3,06%, a de Paris 3,18%, a de Londres 1,57%, a de Madrid 3,68% e a de Milão 3,69%.
10:35
Um grupo de activistas portugueses está a convocar uma manifestação de apoio à Grécia para o próximo sábado, 4 de Julho, em Lisboa. Entre os promotores estão o cineasta António Pedro Vasconcelos, os cantores Capicua, Carlos Mendes e Francisco Fanhais, o historiador Manuel Loff e Maria do Rosário Gama, militante do PS e presidente da APRe!, associação de aposentados, pensionistas e reformados. “O combate que hoje se vive é pela própria Democracia e pela Europa e nós escolhemos a solidariedade com o povo grego e a Europa dos povos e não a da dívida e dos mercados”, dizem os promotores. A concentração foi convocada para as 18h30 no Príncipe Real, seguida de desfile até à representação da Comissão Europeia, no Largo Jean Monnet.
10:20
O referendo convocado para 5 de Julho pela Grécia é uma “escolha soberana” mas coloca o país face ao desafio “fundamental” da sua manutenção, ou não, na zona euro – disse o Presidente francês, François Hollande. “É um direito do povo grego dizer o que quer para o seu futuro. O desafio, fundamental, é de saber se os gregos querem ficar na zona euro” ou se “assumem o risco de sair”, declarou.
09:35
A China manifestou confiança na "capacidade e sabedoria" da União Europeia para resolver a crise da dívida grega e reafirmou que a Grécia deve continuar na zona euro. "A China apoia a integração europeia e uma estável, unida e próspera União Europeia", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying. "Acreditamos que a zona euro tem capacidade e sabedoria para resolver a crise da dívida. Desejamos que a Grécia continue na zona euro", acrescentou, ctiado pela Lusa. A China é um importante parceiro económico da Grécia.
09:32
Os transportes urbanos vão ser gratuitos em Atenas durante a semana de vigência das medidas de controlo de capitais na Grécia, anunciou o vice-ministro dos Transportes, Jristos Spirtzis. O decreto ministerial que o determina foi pensado para facilitar a vida dos cidadãos durante o período de vigência das medidas de controlo de capitais, indicou, em comunicado.
09:29
Os juros da dívida de Portugal estavam a subir a dois, cinco e a dez anos, alinhados com os da Irlanda, Itália e Espanha, fortemente pressionados pela crise na Grécia. Os juros da dívida a dez anos estavam a subir para 2,928%, contra 2,718% na sexta-feira e depois de terem subido até aos 3,253% a 15 de Junho, um máximo desde meados de Outubro, segundo a Lusa. No mesmo sentido, os juros a cinco anos estavam a subir, para 1,609%, contra 1,450% na sexta-feira, depois de terem subido a 16 de Junho até aos 1,927%, um máximo desde meados de Outubro de 2014. Os juros a dois anos também estavam a subir para 0,140%, contra 0,034% na sexta-feira, mas abaixo do máximo dos últimos seis meses, de 0,541%, registado a 29 de dezembro de 2014.
09:18
Em Berlim, a chanceler alemã, Angela Merkel, recebe, na manhã desta segunda-feira, os responsáveis dos grupos parlamentares para os informar sobre o “dossier” grego.
09:10
O ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos, disse que a Grécia e os seus credores podem chegar ainda a um entendimento até terça-feira à noite, quando chega ao fim o actual programa de assistência de financeira. “Eu não excluiria que pudesse haver um acordo dentro do prazo, isto é, até à meia-noite de terça-feira”, disse à rádio pública espanhola.
08:55
A bolsa de Atenas, que não abriu esta segunda-feira, permanecerá encerrada até dia 7 de Julho, anunciou a comissão de mercado de capitais grega. Num comunicado, o conselho de administração confirma que a bolsa estará fechada enquanto os bancos estiverem encerrados e vigorarem as medidas de controlo de capitais no país.
08:40
As bolsas europeias despertaram em forte queda, reflectindo os receios do mercado perante a crise grega e uma eventual saída da Grécia do euro. Na abertura da sessão, o CAC 40, principal índice da Bolsa de Paris derrapava 4,7%, num ritmo semelhante ao da Bolsa de Frankfurt que minutos depois do arranque descia 3,97%, para 11.036,53 pontos. A crise grega provocou a maior queda nas bolsas desde 2011, com o índice Euro STOXX50 a derrapar 4%.
08:19
A Bolsa de Lisboa abriu em terreno negativo, com o PSI20, o principal índice da praça lisboeta, a perder 5,32%, para os 5.524,63 pontos. Na sexta-feira, o principal índice da bolsa portuguesa (PSI20) encerrou a sessão a subir 0,30%, para 5.834,91 pontos, num dia positivo para a maioria dos mercados europeus de referência.
08:03
A Comissão Europeia considera que as medidas de controlo de capitais decretadas pelo Governo grego se justificam com a defesa da estabilidade do sistema financeiro e bancário. "Manter a estabilidade financeira é o desafio mais imediato e importante para o país", segundo um comunicado divulgado por Bruxelas e citado pela Lusa. O comissário para os Serviços Financeiros, Jonathan Hill, disse que "a liberdade de circulação de capitais deverá ser retomada assim que possível, no interesse da economia grega, da zona euro e do mercado único da União Europeia como um todo". O decreto sobre o controlo de capitais, publicado esta segunda-feira no boletim oficial, foi assinado pelo Presidente grego, Prokopis Pavlopoulos, e pelo primeiro-ministro, Alexis Tsipras. Os bancos da Grécia vão permanecer encerrados até depois do referendo sobre o programa de resgate, e o levantamento de dinheiro está limitado a 60 euros diários.
07:49
O comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, disse que ainda há “margem de negociação” entre a Grécia e os seus credores e anunciou que serão apresentadas esta segunda-feira novas “propostas” de Bruxelas. O presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, “fará propostas, esta tarde”, disse Moscovici à rádio francesa RTL. “Juncker vai indicar o caminho a seguir, espero que toda a gente se empenhe na via do compromisso.”
07:32
A bolsa de Tóquio encerrou a sessão em forte baixa, penalizada pelos receios relativamente à Grécia e pela valorização do iene, segundo a Lusa. O principal índice, o Nikkei, fechou a cair 596,20 pontos, ou 2,88%, cotando-se os 20.109,95 pontos, e o segundo indicador, o Topix, a recuar 42,21 pontos (2,53%), até aos 1.624,82 pontos. O índice Nikkei reflecte a média não ponderada dos 225 valores vedeta da Bolsa de Tóquio, enquanto o indicador Topix agrupa os valores das 1.600 maiores empresas cotadas.