Nos quarenta anos das independências
O que fizeram nestes 40 anos de independências os novos países africanos? O PÚBLICO foi ver.
No mesmo ano em que Portugal via radicalizar-se a sua democratização num processo revolucionário, 1975, ocorreram as independências da maior parte das suas colónias em África. Primeiro Moçambique (a 25 de Junho), depois Cabo Verde (5 de Julho), São Tomé e Príncipe (12 de Julho) e Angola (11 de Novembro). A Guiné-Bissau, que declarara unilateralmente a independência oito meses antes da queda da ditadura em Portugal, a 24 de Setembro de 1973, viu-a reconhecida a 10 de Setembro de 1974. De então para cá, os novos países africanos trilharam caminhos diferentes de liberdade: aprendendo a aceitar, na prática, o pluralismo partidário (caso de Cabo Verde), ou aceitando-o em processos nascidos de ferozes disputas, com um pesado rasto de mortes. À guerra colonial sucederam-se outras guerras (sobretudo em Angola e Moçambique, guerras terríveis que atrasaram por muitos anos o necessário desenvolvimento. Guerras onde deveria ter havido paz, tão necessária no frágil período da construção de novas nações. Mas houve também golpes de Estado, retaliações, perseguições, assassinatos, e o peso dessas terríveis heranças ainda hoje paira sobre a cabeça de milhões de pessoas. Mas houve, a par disso, nestes quarenta anos, muitas histórias que merecem registo pelo lado de avanços, sociais e políticos, alguns deles notáveis. Moçambique, por exemplo, que se tornou independente faz hoje exactamente 40 anos (a 25 de Junho de 1975), tinha, à data da independência, uma das taxas de analfabetismo mais altas do mundo, 93%. Hoje ainda é muito alta, 40%, mas agora as crianças vão habitualmente à escola e há cerca de 50 instituições de ensino superior, entre públicas e privadas (ver págs. 26 a 31). Mas muitas outras coisas mudaram nestes 40 anos, e não só em Moçambique. Numa série de reportagens que hoje se inicia, o PÚBLICO dá a ver de perto as mudanças que as independências permitiram. Isso e o muito que ainda há por fazer, neste ano de 2015.
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No mesmo ano em que Portugal via radicalizar-se a sua democratização num processo revolucionário, 1975, ocorreram as independências da maior parte das suas colónias em África. Primeiro Moçambique (a 25 de Junho), depois Cabo Verde (5 de Julho), São Tomé e Príncipe (12 de Julho) e Angola (11 de Novembro). A Guiné-Bissau, que declarara unilateralmente a independência oito meses antes da queda da ditadura em Portugal, a 24 de Setembro de 1973, viu-a reconhecida a 10 de Setembro de 1974. De então para cá, os novos países africanos trilharam caminhos diferentes de liberdade: aprendendo a aceitar, na prática, o pluralismo partidário (caso de Cabo Verde), ou aceitando-o em processos nascidos de ferozes disputas, com um pesado rasto de mortes. À guerra colonial sucederam-se outras guerras (sobretudo em Angola e Moçambique, guerras terríveis que atrasaram por muitos anos o necessário desenvolvimento. Guerras onde deveria ter havido paz, tão necessária no frágil período da construção de novas nações. Mas houve também golpes de Estado, retaliações, perseguições, assassinatos, e o peso dessas terríveis heranças ainda hoje paira sobre a cabeça de milhões de pessoas. Mas houve, a par disso, nestes quarenta anos, muitas histórias que merecem registo pelo lado de avanços, sociais e políticos, alguns deles notáveis. Moçambique, por exemplo, que se tornou independente faz hoje exactamente 40 anos (a 25 de Junho de 1975), tinha, à data da independência, uma das taxas de analfabetismo mais altas do mundo, 93%. Hoje ainda é muito alta, 40%, mas agora as crianças vão habitualmente à escola e há cerca de 50 instituições de ensino superior, entre públicas e privadas (ver págs. 26 a 31). Mas muitas outras coisas mudaram nestes 40 anos, e não só em Moçambique. Numa série de reportagens que hoje se inicia, o PÚBLICO dá a ver de perto as mudanças que as independências permitiram. Isso e o muito que ainda há por fazer, neste ano de 2015.