Segunda opinião
É em casos de doença oncológica que a busca de uma segunda opinião médica é provavelmente mais frequente — a notícia de um cancro, a sua evolução ou a existência de tratamentos alternativos são momentos-chave para os doentes, e para as suas famílias.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
É em casos de doença oncológica que a busca de uma segunda opinião médica é provavelmente mais frequente — a notícia de um cancro, a sua evolução ou a existência de tratamentos alternativos são momentos-chave para os doentes, e para as suas famílias.
A necessidade de perceber o que é a doença, como pode ser tratada, que outros casos semelhantes existem, leva muitas pessoas a procurar mais informação e frequentemente a pedir uma segunda opinião médica. Nesse processo é fundamental obter informação correcta e saber contactar os médicos especialistas relevantes, capazes de compreender cada caso — e é fundamental que o paciente seja acompanhado pelo seu médico assistente ao longo do processo.
O acesso a informação na Internet, embora generalizado e muito popular, não é suficiente para apoiar ou compreender uma decisão clínica em Oncologia. A consulta de informação online, sem o enquadramento de um profissional pode, inclusive, amplificar as dúvidas.
Como médico especialista em Oncologia reconheço a importância do acesso a melhor informação. O que inclui a opinião dos melhores especialistas nacionais e internacionais. É no entanto essencial que essa informação se concilie com o trabalho dos médicos assistentes, e com o apoio e ajuda às pessoas ao longo de todo o processo através de uma equipa especializada e próxima.
A procura de uma segunda opinião ocorre geralmente quando os doentes querem estar certos de que o plano de tratamento que seguem é o melhor, ou quando o diagnóstico levanta dúvidas — por exemplo, em tumores raros, melhor conhecidos em alguns centros especializados. Há também situações em que é importante consultar quem tenha experiência na utilização dos vários procedimentos para avaliar os outcomes respectivos e os riscos associados a cada alternativa.
Em suma, sempre que o paciente tiver dúvidas, queira ter acesso a uma segunda opinião ou saber mais sobre a sua situação e doença, deve contactar quem lhe assegure a orientação e o esclarecimento individualizado. Deve fazê-lo de modo enquadrado, com apoio profissional e informado, para que a segunda opinião médica seja, de facto, uma mais-valia.
Médico, director do serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria e medical adviser da Best Doctors