Dirigente envolvido no caso Citius é o novo responsável da informática do IEFP
Carlos Brito foi o vencedor do procedimento concursal lançado em Março e iniciou funções a 15 de Junho.
“Ganhei o concurso de forma normal”, afirmou Carlos Brito, confirmando que está no cargo há uma semana. Sobre a reformulação das aplicações informáticas com que trabalham os técnicos de emprego e os funcionários do IEFP nada disse, lembrando que ainda está a inteirar-se dos processos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
“Ganhei o concurso de forma normal”, afirmou Carlos Brito, confirmando que está no cargo há uma semana. Sobre a reformulação das aplicações informáticas com que trabalham os técnicos de emprego e os funcionários do IEFP nada disse, lembrando que ainda está a inteirar-se dos processos.
Este foi um dos 11 concursos lançados em Março pelo IEFP para os vários cargos de direcção intermédia dos seus serviços centrais, cujos anúncios foram publicados no Diário da República e na Bolsa de Emprego Público. Ao contrário do que acontece com os dirigentes de topo, o processo de selecção não tem de passar pela Cresap (a Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública), mas por um júri constituído pela entidade que lançou o concurso e que é responsável pela escolha.
Carlos Brito foi vogal do IGFEJ entre 2013 e Janeiro de 2015, tendo sido responsável pela gestão do Departamento de Arquitectura de Sistemas (DAS) e do Departamento de Serviço de Suporte Tecnológico (DSST). Nessa qualidade era também o responsável pela adaptação do Citius ao novo mapa judiciário, um processo que bloqueou e que resultou em polémica com milhares de processos inacessíveis.
Na sequência disso, Carlos Brito e o dirigente máximo do IGFEJ, Rui Pereira, acabaram por ser exonerados dos cargos que ocupavam em Janeiro deste ano. No despacho de exoneração assinado pelo secretário de Estado da Justiça, refere-se que houve “falhas objectivas na liderança” do processo, “que são da responsabilidade do presidente do conselho directivo do IGFEJ [Rui Alberto Mateus Pereira] e do vogal [Carlos Miguel Ferreira Soares de Brito]” e que os dirigentes “revelaram não possuir capacidade adequada para conduzir, com eficácia, o processo de adaptação do Citius à Lei da Organização do Sistema Judiciário”.
Depois da exoneração, Carlos Bruto continuou no IGFEJ a desempenhar funções na área de gestão de clientes, como confirmou o próprio ao PÚBLICO.
A escolha deste responsável para o serviço de sistemas de informação do IEFP foi alvo de alguma curiosidade dentro da instituição. Contactada, a Comissão de Trabalhadores (CT) do IEFP destacou que se tratou de um concurso normal, ao qual o responsável concorreu como qualquer outro funcionário público. “A questão [do Citius] terá sido irrelevante no concurso. Não vemos qualquer problema e obviamente que damos o benefício da dúvida”, disse ao PÚBLICO Godinho Soares, um dos membros daquela comissão.
A CT destacou ainda que o conselho directivo do instituto, liderado por Jorge Gaspar, deu conta de que está a ser preparada uma “modernização e actualização” das aplicações informáticas do IEFP e uma maior integração das aplicações da área da formação com as da área do emprego.
O PÚBLICO questionou o IEFP sobre a escolha de Carlos Brito, mas não teve resposta.