Câmara de Coimbra vai construir tabuleiro ciclável na Ponte Açude
Estrutura tem um custo estimado de 300 mil euros. Movimento de cidadãos aponta para alternativas mais baratas.
Aprovado por unanimidade, nesta segunda-feira, em reunião de executivo camarário, o programa preliminar da construção prevê que a estrutura de 190 metros de comprimento e 2,4 metros de largura tenha um custo de 300 mil euros. A autarquia não avançou ainda uma data para a conclusão da obra.
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Aprovado por unanimidade, nesta segunda-feira, em reunião de executivo camarário, o programa preliminar da construção prevê que a estrutura de 190 metros de comprimento e 2,4 metros de largura tenha um custo de 300 mil euros. A autarquia não avançou ainda uma data para a conclusão da obra.
Uma das alternativas mais económicas era a utilização do corredor técnico da Ponte Açude, que serve também de represa, ficando a cargo do município a protecção das zonas técnicas de pessoas não autorizadas. No entanto, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) deu um parecer negativo a esta opção.
O vereador Paulo Leitão (PSD) ainda referiu um cenário previamente estudado em documentos camarários. A solução a curto prazo passava pela criação de uma só via para o trânsito automóvel, sendo que a de longo prazo passaria por uma travessia exclusivamente pedonal entre a zona hoteleira da margem Norte e a zona da Escola Silva Gaio, na margem Sul.
Manuel Machado explicou a dificuldade de executar o plano de longo prazo com o facto de um projecto desse género requerer uma intervenção com um custo demasiado elevado. “Teria que se mexer com outras componentes” garantiu, como o desassoreamento do rio Mondego e a recuperação dos muros que compõem as margens, com um valor estimado de 16 milhões de euros. “Esta foi a solução encontrada com a APA, com o ITeCons [organismo ligado à universidade que efectua estudos nas áreas de construção e ambiente] e com os técnicos da câmara”, esclareceu.
O autarca avançou ainda que a câmara está a “diligenciar a aquisição do único terreno que falta” ao município entre a Ponte de Santa Clara e a Ponte Açude, para que seja concluído aquele troço ciclo-pedonal. Esta intervenção permite ligar o percurso à Mata Nacional do Choupal.
Em declarações ao PÚBLICO, Miguel Figueiredo, do movimento de cidadãos Coimbr’A Pedal, explica que, apesar de “ver com bons olhos todas as intervenções que melhorem a qualidade para andar a pé e de bicicleta, podia haver algumas soluções mais económicas”. Uma das alternativas avançadas pelo movimento é o corte parcial do tráfego automóvel no tabuleiro inferior da ponte que, actualmente, tem circulação nos dois sentidos.
A limitação do tráfego de acordo com os “sentidos pendulares dominantes” (aberta no sentido da entrada da cidade de manhã e no sentido de saída da parte da tarde) poderia, de acordo com Miguel Figueiredo, configurar uma solução.
O movimento Coimbr’A Pedal entende que o valor investido neste projecto poderia ser direccionado para um conjunto de “pequenas intervenções” como estacionamento para bicicletas em vários pontos da cidade, sinalização específica, partilha das vias com as destinadas a transportes públicos ou espaços destinados a bicicletas nesses transportes.