Europa apoia proibição de animais e produtos clonados

Os deputados defendem o projecto da Comissão Europeia de proibir a clonagem de animais para fins agrícolas na UE e a venda destes animais

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Mike Theiler/Reuters

As comissões de Agricultura e Ambiente do Parlamento Europeu (PE) aprovaram um documento a exigir a proibição de produtos e animais clonados, e seus descendentes, na União Europeia (EU).

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As comissões de Agricultura e Ambiente do Parlamento Europeu (PE) aprovaram um documento a exigir a proibição de produtos e animais clonados, e seus descendentes, na União Europeia (EU).

No relatório, aprovado por 82 deputados (oito votos contra e oito abstenções), os deputados defendem o projecto da Comissão Europeia de proibir a clonagem de animais para fins agrícolas na UE e a venda destes animais. Os deputados querem também proibir a venda e a importação de produtos obtidos a partir de animais clonados, nomeadamente esperma e embriões, bem como descendentes destes animais e produtos, em defesa do bem-estar animal, de preocupações éticas e das reservas dos consumidores europeus.

O PE exige condições de rastreabilidade dos parceiros comerciais da UE para impedir que esta moratória seja contornada. O documento terá de ser aprovado em plenário, em princípio em setembro, antes da abertura de negociações entre deputados, governos e Comissão para terminar as regras europeias sobre esta matéria.

A carne dos clones não se come, mas embriões e sementes são comercializados e exportados e os descendentes são criados, especialmente nos Estados Unidos, Argentina, Brasil e Uruguai, sem qualquer sistema de rastreabilidade. No projecto legislativo, apresentado em 2013 para regulamentar esta prática, o executivo europeu renunciou à proibição da venda de carne ou leite dos descendentes de animais clonados por causa dos parceiros comerciais. A Comissão excluiu também legislação sobre a etiquetagem destes produtos, argumentando que aumentava os custos para os produtores, apesar de antecipar a oposição do PE a estas propostas.