Hungria quer construir muro de quatro metros para travar imigrantes
“O direito de pedir asilo é um direito humano inalienável", criticam as Nações Unidas.
De acordo com o Gabinete de Imigração e Nacionalidade da Hungria, cerca de 57 mil pessoas cruzaram ilegalmente a fronteira da Hungria este ano, quando em 2014 foram 43 mil, durante todo o ano e apenas 2000 em 2012. Muitos eram kosovares, em busca de um emprego e de uma solução para a sua vida na União Europeia. A Hungria não é normalmente o seu destino final: procuram a Alemanha, ou os países do Norte da Europa. Mas como país do espaço Schengen, a Hungria é a porta de entrada na UE.
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De acordo com o Gabinete de Imigração e Nacionalidade da Hungria, cerca de 57 mil pessoas cruzaram ilegalmente a fronteira da Hungria este ano, quando em 2014 foram 43 mil, durante todo o ano e apenas 2000 em 2012. Muitos eram kosovares, em busca de um emprego e de uma solução para a sua vida na União Europeia. A Hungria não é normalmente o seu destino final: procuram a Alemanha, ou os países do Norte da Europa. Mas como país do espaço Schengen, a Hungria é a porta de entrada na UE.
Mas actualmente,a grande maioria são sírios e afegãos, que tentam entrar na União Europeia para pedir asilo através desta rota. Cerca de 75% terão esta origem, segundo o Governo húngaro, diz a AFP.
“Os países da União Europeia estão à procura de uma solução [para o problema da imigração] mas a Hungria não pode esperar mais. É o país da UE que está a sofrer a maior pressão migratória”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto, numa conferência de imprensa em que anunciou o encerramento da fronteira. Szijjarto garante que a construção do muro não violará qualquer acordo internacional e que será discutida com a Sérvia num encontro de alto nível a 1 de Julho.
O ministro do Interior da Sérvia, Nebojsa Stefanovic, não fez comentários directos sobre os planos húngaros, mas segundo a Reuters apelou à ajuda do bloco europeu – ao qual espera aderir – para impedir que as fronteiras continuem a ser cruzadas por imigrantes sem documentos.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados criticou a ideia de construir o muro avançada pelo Governo de Viktor Orbán. “O direito de pedir asilo é um direito humano inalienável. Por isso, consideramos que erguer um muro coloca demasiadas barreiras a este direito”, disse à Reuters a porta-voz regional desta agência da ONU, Kitty McKinsey.
Na Europa Central e de Leste, erguer muros recorda um passado que não está assim tão distante – o Muro de Berlim. Mas outro Estado-membro da UE, a Bulgária, também já ergueu um muro ao longo de 30 dos 240 quilómetros da sua fronteira com a Turquia, para impedir a entrada de imigrantes. Este ano, espera prolongá-lo em mais 82 quilómetros, diz a AFP.
O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán opõe-se totalmente ao plano da Comissão Europeia para distribuir imigrantes pelos Vinte e Oito, dizendo que “roça a loucura”. Mais de 100 mil pessoas entraram ilegalmente na Europa desde o início do ano, segundo a Frontex, a agência responsável pelas fronteiras exteriores da UE.