Exames nacionais mobilizam milhares de alunos, de professores e de polícias
Provas começam nesta segunda-feira de manhã. A grande novidade será a obrigatoriedade de os alunos escreverem segundo a grafia estabelecida no Acordo Ortográfico de 1990.
No 9.º ano serão cerca de 100 mil os alunos que nesta segunda-feira de manhã, a partir das 09h30, realizam o exame nacional de Português. No ensino secundário, a temporada de exames começa na mesma altura, com a prova de Filosofia do 11.º ano, para a qual estão inscritos 14.637 alunos.
No 9.º ano os alunos só realizam exames de Português e Matemática, concluindo esta época no próximo dia 9 de Julho. As provas realizam-se em 1279 escolas. Já no secundário, com 22 disciplinas a serem submetidas a avaliação externa, os exames prolongam-se até ao próximo dia 25 e serão feitas em 647 escolas. Os enunciados dos exames são entregues diariamente em todas estas escolas por elementos das forças de segurança.
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No 9.º ano serão cerca de 100 mil os alunos que nesta segunda-feira de manhã, a partir das 09h30, realizam o exame nacional de Português. No ensino secundário, a temporada de exames começa na mesma altura, com a prova de Filosofia do 11.º ano, para a qual estão inscritos 14.637 alunos.
No 9.º ano os alunos só realizam exames de Português e Matemática, concluindo esta época no próximo dia 9 de Julho. As provas realizam-se em 1279 escolas. Já no secundário, com 22 disciplinas a serem submetidas a avaliação externa, os exames prolongam-se até ao próximo dia 25 e serão feitas em 647 escolas. Os enunciados dos exames são entregues diariamente em todas estas escolas por elementos das forças de segurança.
Para vigiarem os exames são necessários dois professores por sala. Para o 9.º ano e o secundário, estão mobilizados cerca de 12 mil docentes. Outros tantos estarão envolvidos depois no processo de classificação das provas: sete mil no secundário e cerca de 5200 no 9.º ano.
Os resultados serão conhecidos em Julho e só nessa altura se saberá qual o verdadeiro impacto nas classificações daquela que é a grande novidade deste ano: a obrigatoriedade de os alunos escreverem segundo a grafia estabelecida no Acordo Ortográfico de 1990 (AO90). Nos anos anteriores eram consideradas válidas tanto esta grafia como a que foi estabelecida em 1945.
Professores e alunos insistiram junto do Ministério da Educação e Ciência (MEC) para que se mantivesse esta mesma situação, mas sem resultados. O MEC argumentou que a obrigação de utilizarem a grafia do AO90 nos exames a partir deste ano se encontra prevista desde 2011 e que os alunos que realizam as provas “já tiveram, todos, quatro anos de aprendizagem” com as regras do acordo.
O presidente da nova Associação Nacional de Professores de Português (Anproport), Fernando Nabais, alertou a este respeito que a prática seguida nas escolas, com a utilização de ambas as grafias, redundou num “caos ortográfico”. E a presidente da Associação de Professores de Português (APP), Edviges Ferreira, considerou que “muitos” docentes “prejudicaram seriamente os seus alunos por não terem cumprido em devido tempo as determinações do MEC” a este respeito.
Quebra de inscritos
Segundo os professores, nos exames do secundário os erros relacionados com a aplicação do AO90 poderão levar alunos a perder quatro valores. Já o Instituto de Avaliação Educativa (Iave), responsável pelos exames, considera que “a probabilidade de desvalorização por erros ortográficos devido ao uso da antiga grafia é de 0,6 pontos, ou seja, um ponto em 200”. A escala de classificação das provas do secundário é de 0 a 200, depois convertida para a escala de 0 a 20. No 9.º ano as provas são classificadas com uma escala de 0 a 100%.
No secundário, o exame de Filosofia, que se realiza nesta segunda-feira, passou desde 2014 a figurar entre as oito provas mais concorridas, destronando Geometria Descritiva deste pódio. O exame nacional de Filosofia foi reintroduzido no final do 11.º ano em 2012, depois de uma supressão de quatro anos, e os alunos podem optar por realizá-lo em vez da prova de uma das disciplinas bienais da componente específica. Por exemplo, em vez das disciplinas de Biologia e Geologia ou Física e Química A. Estes são dois dos exames que habitualmente têm piores resultados.
A possibilidade de substituir um deles pelo de Filosofia poderá explicar em parte a redução acentuada de inscritos para as provas de Biologia e Geologia (menos cerca de sete mil alunos), marcada para dia 22, e de Física e Química A (menos cerca de quatro mil), que se realiza no dia 18.
No 9.º ano há outra novidade: os alunos poderão repetir os exames numa segunda fase, caso chumbem na que agora se inicia. Normalmente o exame conta 30% para a classificação final, mas na 2ª fase só serão tidas em conta as notas obtidas no exame. Quem tiver positiva nos exames fica aprovado. Esta segunda oportunidade foi estreada no 4.º ano em 2013 e alargada ao 6.º ano no ano passado.