Soldado norte-coreano desertou para o Sul cruzando a zona desmilitarizada
A fronteira entre as duas Coreias é uma das mais armadas e vigiadas do mundo.
“Confirmamos que a vontade dele era desertar, assim que chegou ao nosso posto de guarda” informou um porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Sul, citado pelo The Guardian. O soldado cruzou a DMZ por volta das 8 da manhã (hora local), perto da região sul-coreana de Hwacheon, na província de Gangwon, no Nordeste do país e foi imediatamente detido pelas autoridades da Coreia do Sul. Não houve necessidade para qualquer disparo ou troca de tiros, uma vez que a sua intenção era clara, evadir-se.
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“Confirmamos que a vontade dele era desertar, assim que chegou ao nosso posto de guarda” informou um porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Sul, citado pelo The Guardian. O soldado cruzou a DMZ por volta das 8 da manhã (hora local), perto da região sul-coreana de Hwacheon, na província de Gangwon, no Nordeste do país e foi imediatamente detido pelas autoridades da Coreia do Sul. Não houve necessidade para qualquer disparo ou troca de tiros, uma vez que a sua intenção era clara, evadir-se.
Calcula-se que cerca de 30 mil norte-coreanos fogem do país todos os anos, através da China, sendo uma fuga através da DMZ altamente improvável. A fronteira de 250 km, definida pelo paralelo 38º, atravessa a península da Coreia, de Oeste a Leste e é vigiada por milhares de soldados de ambos os lados. É igualmente protegida por uma vasta extensão de arame farpado, de cercas electrificadas e, do lado da Coreia do Norte, pela colocação de minas terrestres, para evitar fugas como a de esta segunda-feira, segundo as informações recolhidas pela agência noticiosa sul-coreana Yonhap.
A última vez que se registou uma deserção através da DMZ foi em 2012, quando um outro soldado norte-coreano caminhou através dos 4 km da linha divisória e evadiu-se para o Sul. Embora a Coreia do Sul receba abertamente os foragidos norte-coreanos, tendo mesmo colocado vários postos de telefone, ao longo da sua fronteira, para que estes possam pedir ajuda, o caso criou algum embaraço junto das autoridades locais e levou à demissão de três comandantes militares daquele país.
A forte presença militar na fronteira que divide a península em dois Estados dificulta a pretensão daqueles que querem escapar à pobreza e à repressão do regime de Kim Jong-un. Os que se aventuram na fuga, fazem-no maioritariamente através da fronteira Norte do país, com a China.
Mas alguns casos mais improváveis também acontecem, como provam as fugas esporádicas através da DMZ. Em Agosto de 2014, dois norte-coreanos cruzaram a fronteira marítima entre os dois países, tendo nadado através do Mar Amarelo, a Oeste, até uma ilha sul-coreana.
Face à deserção deste jovem soldado da Coreia do Norte, é provável que a tensão na DMZ aumente nos próximos dias e que a vigilância da fronteira seja reforçada. Nenhum dos Estados quererá que esta situação se repita e que ponha em causa os seus mecanismos de controlo ao longo do paralelo 38º.