Maldição do Clermont, festa do Stade Français
Pela 11.ª vez em 12 finais em todas as competições que disputou, a equipa de Bardy foi derrotada na partida decisiva
No duelo entre segundo e quarto classificado na Fase Regular do Top 14, a luta pelo "Bouclier de Brennus", o troféu entregue ao campeão francês, foi decidida no jogo ao pé. Numa partida muito disputada e dura, onde as defesas conseguiram não sofrer ensaios, o Stade Français foi a equipa mas pragmática e pode agradecer ao seu chutador: Morné Steyn. O triunfo dos parisienses, por 12-6, agrava a maldição do Clermont nas finais: nas 12 ocasiões que chegaram a um jogo decisivo, a equipa de Julien Bardy apenas saiu vencedora uma vez.
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No duelo entre segundo e quarto classificado na Fase Regular do Top 14, a luta pelo "Bouclier de Brennus", o troféu entregue ao campeão francês, foi decidida no jogo ao pé. Numa partida muito disputada e dura, onde as defesas conseguiram não sofrer ensaios, o Stade Français foi a equipa mas pragmática e pode agradecer ao seu chutador: Morné Steyn. O triunfo dos parisienses, por 12-6, agrava a maldição do Clermont nas finais: nas 12 ocasiões que chegaram a um jogo decisivo, a equipa de Julien Bardy apenas saiu vencedora uma vez.
Olhando para a classificação da Fase Regular e os resultados ao longo do ano, não havia dúvida que o Clermont era favorito, mas a ausência de três elementos fundamentais na linha de três-quartos (Fofana, Jonathan Davies e Nakaitaci estão lesionados) acabou por ser fatal para os "Jaunards". Sem nada a perder, o Stade Français apresentou-se muito confiante, principalmente depois de ter vencido, de maneira clara, o líder e campeão em titulo RC Toulon, nas meias-finais.
No que toca ao jogo, a equipa de Clermont começou melhor, a forçar logo de entrada duas penalidades em mêlee, uma área onde se esperava grandes duelos, especialmente entre os dois pilares do XV de France: Rabah Slimani e Thomas Domingo. Apesar de começar melhor, Morgan Parra teve a possibilidade de converter umas dessas penalidades, mas o remate passou ligeiramente ao lado dos postes.
Foi então a vez do Stade Français ter uma tentativa para inaugurar o marcador, depois de Julien Bardy receber um cartão amarelo por uma entrada perigosa, logo aos 19 minutos. Morné Steyn, o abertura sul-africano do Stade Français que regressou à titularidade após a lesão de Jules Plisson, não desperdiçou a oportunidade: 3-0. Pouco depois, o mesmo Steyn aumentou para 6-0.
Na resposta, Parra teve nos seus pés uma segunda tentativa, mas o formação voltou a falhar e apenas ao minuto 38 o Clermont conseguiu marcar os primeiros pontos, desta vez com Camille Lopez a converter uma penalidade, depois de Steyn voltar a adicionar três pontos para a equipa parisiense (9-3).
Após o intervalo, o Stade Français começou logo a procurar gerir a sua vantagem, tentando jogar na área 22 adversária, sempre apoiado no jogo ao pé de Steyn, imperial na ocupação dos espaços. Brock James, que entrara ao minuto 58, ainda conseguiu reduzir a vantagem com uma penalidade (9-6), mas no minuto 70, o Clermont começou a ver as esperanças de conquistar o título evaporarem-se, quando James desperdiçou nova penalidade acessivel.
Com 10 minutos por jogar, o Stade Français manteve o sangue frio e o seu plano de jogo, conseguindo ainda forçar uma penalidade nos 22 metros adversários, depois de um maul destruidor e Steyn, no último minuto, aproveitou todo o tempo que tinha para chutar e fixou o resultado final: 12-6.
Sete anos depois, o Stade Français voltava a sagrar-se campeão, enquanto a equipa de Julien Bardy perdia uma final de Top 14 pela 10.ª vez. Nos parisienses, realce para o brilhante jogo do sul-africano Morné Steyn, que para além de marcar todos os pontos da sua equipa foi o motor da estratégia decidida pelo treinador argentino Gonzalo Quesada. Quanto ao Clermont, só pode se culpar a si próprio e dos seus três chutadores, que deixaram escapar nove pontos no total.