O homem identificou-se como James Boulware e acusou a polícia de lhe ter retirado a custódia de um filho e de ter sido acusado de ser terrorista. A polícia de Dallas não conseguiu ainda confirmar se o responsável pelo ataque é mesmo quem diz ser – o que se sabe é que um James Boulware foi detido em 2013, e mais tarde libertado, depois de ter comprado várias armas e de ter ameaçado atacar a sua família, igrejas e escolas.

O homem identificou-se como James Boulware e acusou a polícia de lhe ter retirado a custódia de um filho e de ter sido acusado de ser terrorista. A polícia de Dallas não conseguiu ainda confirmar se o responsável pelo ataque é mesmo quem diz ser – o que se sabe é que um James Boulware foi detido em 2013, e mais tarde libertado, depois de ter comprado várias armas e de ter ameaçado atacar a sua família, igrejas e escolas.

Num relatório policial de 2013, Boulware, de 35 anos, é descrito como uma pessoa perturbada, que "fala consigo mesmo frequentemente e parece delirar". O mesmo documento indica que "começou a fazer comentários sobre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, e que falou de forma obscena sobre religião, judeus e cristãos".

O ataque contra a sede da polícia de Dallas começou por voltas das 0h30 locais (6h30 em Portugal continental). Em vídeos partilhados nas redes sociais ouve-se um tiroteio entre um homem que conduzia um veículo blindado e vários agentes, já depois de o atacante ter disparado vários tiros contra o edifício. Nenhum agente ficou ferido.

Here are some pictures of the damage at HQ. pic.twitter.com/ic18axSTPO

— Dallas Police Depart (@DallasPD) June 13, 2015
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Depois de ter abalroado um carro-patrulha e de ter disparado contra os dois agentes que se tinham refugiado atrás de uma das portas, o atacante fugiu do local e foi perseguido durante cerca de 20 quilómetros, até ter parado a carrinha no parque de estacionamento de um restaurante de fast-food em Hutchins, nos arredores de Dallas.

A polícia conseguiu obter o número de telefone do atacante, a partir de chamadas feitas horas antes para o número de emergência 911, durante as quais ameaçou fazer explodir bombas em vários locais. Nas horas que se seguiram, uma equipa de negociadores da polícia falou com o atacante, mas a comunicação cessou pouco depois – o homem tinha dito que estava ferido, e por volta das 7h30 locais (13h30 em Portugal continental) a polícia ainda não sabia se ele estava vivo e consciente, inconsciente, ou morto.

Vidros à prova de bala
A carrinha blindada usada pelo atacante é semelhante a um veículo posto à venda pela empresa Jenco Sales Inc. em vários sites por 8250 dólares (cerca de 7340 euros). Ambas têm a mesma cor e matrícula do estado da Geórgia, e segundo a descrição publicada pela empresa trata-se de uma carrinha Ford série E, de 1995, modificada, com vidros à prova de bala e outros dispositivos de segurança – segundo o jornal Dallas Morning News, o blindado foi promovido pela empresa como um "veículo de assalto preparado para um apocalipse zombie e transporte de tropas".
 

This was obviously planned out. Not just some random ish. #DallasPDShooting pic.twitter.com/DoDTbKpLeN

— oregon_girl (@oregon_girl3) June 13, 2015
 
 
 
 

O jornal cita o anúncio completo, que esteve disponível na página no Facebook da empresa Jenco Sales Inc., mas que já foi retirado: "Este veículo, preparado para esmagar zombies, tem aberturas para armas para que você não fique salpicado com fluidos de zombies durante um ataque. Também tem bancos na parte de trás, para que possam fazer turnos quando estiverem cercados por zombies durante longos períodos. Foram instaladas plataformas nas portas para quando precisarem apenas de espadas e machados para ataques em andamento. Os pára-choques são feitos de aço reforçado, para não ficarem danificados por cabeças de zombies esmagadas! É completamente blindado e tem vidros à prova de bala, para o caso de enfrentarem outro grupo de zombies que queira tentar apoderar-se dele. Como é natural, há um preço a pagar por esta excelente máquina de anti-zombies."

Várias pessoas questionaram nas redes sociais os motivos que levaram a polícia a querer negociar com um homem que disparou inúmeros tiros com a clara intenção de matar polícias e que deixou pelo menos cinco malas espalhadas pela sede da polícia de Dallas e por uma outra esquadra da região. Duas delas continham mesmo bombas – uma explodiu quando foi tocada por um robô e outra foi detonada pela brigada de minas e armadilhas.
 

Sorry but we know had these people been black, that van would have already been blown up. #BlackTwitter #DallasPDShooting #Dallas #DallasPD

— LLS (@powwowasu) June 13, 2015
 
 
 
 

A razão para esta discussão é o facto de o atacante ser branco, mas a polícia de Dallas afirma que não lançou um ataque em força contra o veículo por recear que este estivesse também armadilhado.

Durante o cerco, um atirador das forças especiais destruiu o motor do veículo blindado e a polícia tentou destruir um dos vidros à prova de bala com um robô, sem sucesso. Numa última tentativa, os atiradores especiais atingiram a zona do condutor pelo menos sete vezes com uma espingarda de calibre .50, preparada para perfurar veículos blindados, e acabaram por conseguir entrar no veículo. A polícia acabaria por se aproximar da carrinha e confirmar que o atacante estava morto.