Polícia encerra sede da Save the Children no Paquistão
Autoridades não justificaram o encerramento dos escritórios em Islamabad. No passado, o Governo paquistanês acusou a organização de ter colaborado com a CIA na operação que matou Bin Laden.
À AFP, um responsável paquistanês não identificado deu mais tarde uma explicação semelhante. Afirmou que as actividades da agência “estavam sob vigilância há muito tempo” e que a organização estava a agir “contra os interesses do Paquistão”. Oficialmente, questionado pelo diário britânico The Guardian, o chefe da polícia paquistanesa disse que “desconhecia as razões por detrás do encerramento dos escritórios da Save the Children”.
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À AFP, um responsável paquistanês não identificado deu mais tarde uma explicação semelhante. Afirmou que as actividades da agência “estavam sob vigilância há muito tempo” e que a organização estava a agir “contra os interesses do Paquistão”. Oficialmente, questionado pelo diário britânico The Guardian, o chefe da polícia paquistanesa disse que “desconhecia as razões por detrás do encerramento dos escritórios da Save the Children”.
Os acontecimentos de quinta-feira podem ter alguma relação com as acusações que partiram do Governo paquistanês contra a Save the Children em 2012. O executivo disse então que a organização havia colaborado com os serviços secretos norte-americanos na operação que matou Osama bin Laden.
Em causa estava a participação do médico paquistanês Shakil Afridi numa operação da CIA em Abbottabad, a localidade onde se refugiara o líder da Al Qaeda. Foi lá que Afridi organizou uma iniciativa de fachada para a vacinação contra a hepatite B, cujo verdadeiro objectivo seria conseguir amostras de sangue de alguns dos residentes do edifício de Bin Laden. Afridi nunca trabalhou com a Save the Children, mas diz que foi a partir desta organização não-governamental que entrou em contacto com a CIA. O Governo do Paquistão diz ter provas concretas, mas a Save the Children negou sempre qualquer envolvimento com a CIA e Afridi.
Em 2012, tal como agora, a Save the Children recebeu uma ordem do Governo para retirar todos os trabalhadores estrangeiros do país no prazo de 15 dias. A agência humanitária tinha então apenas seis trabalhadores estrangeiros. Actualmente, todos os seus 1200 trabalhadores são paquistaneses.
Em comunicado, a Save the Children disse que ficou surpreendida com o encerramento da sua sede em Islamabad. “Protestamos veementemente contra esta acção e estamos a manifestar as nossas sérias preocupações ao mais alto nível”, escreveu a organização, citada pelo Guardian, assegurando ainda que os seus objectivos no país são os de “melhorar os serviços públicos na área da saúde, nutrição, educação e bem-estar de menores”.