A curta-metragem, intitulada Amelia Earhart’s Last Photo Shoot (A última sessão de fotos de Amelia Earhart), foi lançada em simultâneo com um livro, e mostra a aviadora no aeroporto de Burbank, na Califórnia, numa sessão fotográfica junto do seu Lockheed 10 Electra, com que entre Março e Julho de 1937 tentou fazer uma volta ao mundo, para acrescentar aos recordes que então já apresentava no seu currículo – entre os quais o primeiro voo entre a América e o Hawai sem escala, ou a primeira travessia do Atlântico por uma mulher-aviadora.

A curta-metragem, intitulada Amelia Earhart’s Last Photo Shoot (A última sessão de fotos de Amelia Earhart), foi lançada em simultâneo com um livro, e mostra a aviadora no aeroporto de Burbank, na Califórnia, numa sessão fotográfica junto do seu Lockheed 10 Electra, com que entre Março e Julho de 1937 tentou fazer uma volta ao mundo, para acrescentar aos recordes que então já apresentava no seu currículo – entre os quais o primeiro voo entre a América e o Hawai sem escala, ou a primeira travessia do Atlântico por uma mulher-aviadora.

Amelia Earhart surge no filme com a descontracção que a caracterizava, sorridente e confiante, posando junto do seu avião. Na sucessão de imagens, vêem-se também o seu marido, George Putman, o fotógrafo pessoal, Albert Bresnik, e o co-piloto Fred Noonan.

Segunda a agência Associated Press (AP), as imagens em película de 16mm foram captadas nas vésperas da aventura de Earhart, e terão sido feitas por John Bresnik (irmão de Albert), que as guardou em sua casa até à sua morte em 1992. Coube ao seu filho, também chamado John Bresnik, descobri-las após essa data, há já mais de duas décadas.

“Eu não fazia ideia do que estava no filme até à morte do meu pai, quando o levei para casa e fui ver. Estava dentro de uma simples caixa, numa estante do seu escritório, que por fora dizia 'Amelia Earhart, aeroporto de Burbank, 1937'”, revelou agora John Bresnik filho à AP. E a decisão de finalmente revelar o seu conteúdo foi motivada – segundo a AFP – pela intervenção do historiador Douglas Westfall, da Agência Paragon, que o convenceu a fazer uma cópia digital do filme. “É um documento único, que mostra uma Earhard charmosa e distante das câmaras”, disse Westfall à AFP, a justificar a sua insistência para que Bresnik o mostrasse.

Amelia Earhart’s Last Photo Shoot fica assim como mais um documento histórico a acrescentar à memória da vida aventurosa da aviadora norte-americana, cujo desaparecimento permanece um mistério por resolver. Depois de várias façanhas que ficaram registadas na história da aviação – e que ajudaram à mitificação de uma personagem que foi igualmente vista como uma mulher corajosa a afirmar-se na América machista dos anos 30 –, Amelia Earhart iniciou em Março de 1937 a tentativa de fazer a volta ao mundo, mas seria abortada no Hawai devido a problemas no seu Lockheed.

No início de Julho, Earhart e Fred Noonan insistem no projecto. Mas a viagem seria irremediavelmente interrompida no dia 2 desse mês, quando os dois aviadores não estabeleceram o contacto previsto com um navio da guarda costeira e não conseguiram fazer a escala planeada na pequena ilha de Howland, em pleno Pacífico.

Apesar de aturadas tentativas da marinha e da aviação norte-americana durante meses sucessivos, nunca foram encontrados quaisquer vestígios dos aviadores ou do Lockheed, e a morte de ambos seria oficializada em Janeiro de 1939.

Amelia Earhart tinha-se já então transformado num mito, passando a ser tema e personagem de vários livros, músicas e filmes, o último dos quais, Amelia (2009), foi realizado pela indiana Mira Nair, e teve Hilary Swank no papel da aviadora.