Portugal, país de excelência em engenharia
Esta é uma forma de incentivar as escolas, os professores e os alunos a olharem para as engenharias e para as tecnologias com atenção redobrada.
Trata-se de um Prémio cujo enquadramento deve ser realçado uma vez que os engenheiros e as tecnologias são uma área de intervenção prioritária por um vasto conjunto de razões e argumentos.
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Trata-se de um Prémio cujo enquadramento deve ser realçado uma vez que os engenheiros e as tecnologias são uma área de intervenção prioritária por um vasto conjunto de razões e argumentos.
Em primeiro lugar, porque tem vindo a crescer de forma sustentada a necessidade de engenheiros, tanto em Portugal como nos restantes países da União Europeia.
Em segundo lugar, porque o aumento da procura de engenheiros constitui a oportunidade de acesso ao emprego tanto em Portugal como na União Europeia, sendo certo que o número de alunos inscritos nas nossas instituições de ensino superior não tem acompanhado o crescimento da procura no mercado por este tipo de profissionais.
Finalmente, porque se torna necessário promover o gosto e o interesse pelas formações nas engenharias e nas tecnologias em fases precoces do percurso escolar nomeadamente no ensino básico em que os alunos começam a ganhar contacto com áreas mais laboratoriais e experimentais.
Assim o Prémio agora instituído com o apoio do Ministério da Educação e Ciência visa promover o gosto pelas engenharias e pela ciência em geral em Portugal, nos alunos que frequentam os 7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade reconhecendo e premiando alunos ou grupos de alunos, bem como, professores ou grupos de professores e escolas ou agrupamentos por atividades desenvolvidas em aulas experimentais e/ou de laboratório, que são equiparadas às atividades desenvolvidas em outros espaços de ensino e aprendizagem como são os Centros de Ciência Viva, os Clubes de Ciência, os Clubes de Robótica ou outros que tenham a mesma natureza.
O concurso que vai hoje ser lançado numa sessão a realizar no âmbito da Assembleia Geral da COTEC tem duas secções. Uma dedicada aos alunos e aos professores que os acompanham no seu trabalho e outra destinada a galardoar a escola que apresente os melhores processos pedagógicos de ensino na componente experimental ou laboratorial a nível do terceiro ciclo do ensino básico.
Na primeira secção, cada um dos prémios será atribuído a um aluno (ou grupo de alunos) juntamente com o professor (ou grupo de professores) que o tenham acompanhado (ou os tenham acompanhado) no desenvolvimento de um projeto e/ou produto aplicando conceitos da área das engenharias, ciência ou computação dentro de aulas experimentais ou laboratoriais. Serão para este efeito valorizadas as iniciativas que partindo de um problema do mundo real, desenvolvam um protótipo para solucionar o problema identificado.
Na segunda secção os prémios serão atribuídos a uma escola ou agrupamento de escolas que apresente a concurso o mais conseguido processo pedagógico de ensino de engenharia, na componente experimental ou laboratorial a nível do terceiro ciclo do ensino básico.
Considero esta iniciativa, que num primeiro momento será executada no ano 2015-16, como uma forma de incentivar as escolas, os professores e os alunos a olharem para as engenharias e para as tecnologias com atenção redobrada.
O país deve fazer um grande investimento em formação nesta área dado que só através de recursos humanos qualificados nos setores mais avançados tecnologicamente será possível promover o desenvolvimento dos diferentes setores de atividade económica seja na modernização dos setores tradicionais seja nos setores que têm vindo a crescer de importância designadamente nas novas tecnologias, na produção de softwares e na criação de novos serviços e produtos.
Os recursos humanos qualificados na área das engenharias não são, só por si, geradores de desenvolvimento ou crescimento económico, mas são seguramente um “motor auxiliar” capaz de potenciar o investimento em determinadas áreas.
Sabemos bem que o desenvolvimento tem a ver sobretudo com a “robustez” de um país designadamente através (i) da estabilidade política; (ii) dos sistemas bancário e de financiamento; (iii) da eficácia da administração pública; e (iv) dos sistemas fiscal e de justiça, que são essenciais para atrair o investimento. Mas a existência de recursos humanos que dominem os conhecimentos tecnológicos e que tenham capacidade de intervenção nas áreas mais relevantes do tecido económico, onde é necessário introduzir novas tecnologias e proceder a certas mudanças, é certamente um fator muito relevante para, a prazo, podermos ter um país mais competitivo e com uma economia mais diversificada e capaz de contribuir para o crescimento do setor exportador que é um dos grandes objetivos que o país deve assumir de forma determinada nas suas políticas públicas.
Presidente do júri do Prémio “Portugal, País de Excelência em Engenharia”