Alemanha disposta a facilitar compromisso para evitar saída da Grécia do euro

Tsipras reúne esta noite com Angela Merkel e François Hollande em Bruxelas, para desbloquear o impasse negocial relativo ao desembolso da ajuda financeira a Atenas.

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Merkel e Tsipras em espírito amigável Yves Herman/Reuters

Citando sob anonimato fontes ligadas ao Governo de Berlim, a agência financeira diz que a Alemanha poderá defender o desembolso da última parcela de 7200 milhões de euros do programa de assistência financeira à Grécia se o Governo do Syriza aceitar lançar imediatamente uma das medidas exigidas pelas instituições credoras – que no caderno de encargos entregue a Atenas estabelece como condição para o pagamento uma reforma do sistema de pensões e da legislação laboral, além de uma revisão dos escalões do IVA, entre outras.

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Citando sob anonimato fontes ligadas ao Governo de Berlim, a agência financeira diz que a Alemanha poderá defender o desembolso da última parcela de 7200 milhões de euros do programa de assistência financeira à Grécia se o Governo do Syriza aceitar lançar imediatamente uma das medidas exigidas pelas instituições credoras – que no caderno de encargos entregue a Atenas estabelece como condição para o pagamento uma reforma do sistema de pensões e da legislação laboral, além de uma revisão dos escalões do IVA, entre outras.

Segundo a Bloomberg, Atenas teria de aprovar uma das reformas previstas até ao fim deste mês, mas teria até ao próximo ano para cumprir os restantes requisitos das instituições credoras (a troika constituída pelo Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia), e até renegociar uma extensão do programa de ajuda, que expira no fim de Junho.

“O nosso objectivo é manter a Grécia na zona euro”, sublinhou a chanceler alemã à entrada para a cimeira entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), em Bruxelas. “Quando há vontade, tudo se resolve”, comentou Angela Merkel, que depois do jantar oficial reunirá com Alexis Tsipras e o Presidente François Hollande – uma espécie de nova troika que tem mantido conferências telefónicas regulares para desbloquear as negociações.

A notícia da Bloomberg produziu uma substancial mudança no estado de espírito em Bruxelas, que passou do desânimo e impaciência para um optimismo moderado – nos mercados de capitais, a reacção foi imediata, com as bolsas da Alemanha, França e Reino Unido, bem como os futuros de Wall Street, a registarem ganhos superiores a 1%.

Pela manhã, perspectivava-se o prolongamento do braço de ferro entre a Grécia e os credores, com o porta-voz do comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, a informar que a proposta alternativa apresentada pelo Governo de Atenas para desbloquear o impasse negocial, não satisfazia os credores, que a consideraram “insuficiente”.

A contraproposta da Grécia “não reflecte as discussões entre o primeiro-ministro Alexis Tsipras e o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker”, nem vai no sentido apontado nas conversações de segunda-feira entre o comissário Pierre Moscovici e a equipa grega, informou um porta-voz citado pela AFP.

“O trabalho prossegue ao nível técnico, para que se possam as ultrapassar as diferenças e preencher as lacunas entre as diferentes posições, e assim criar as condições para um acordo unânime entre os 19 membros da zona euro”, acrescentou o assessor da comissão Margaritis Schinas, que curiosamente tem nacionalidade grega.

A Grécia precisa de acertar um compromisso com os seus credores para receber a última parcela de 7200 milhões de euros do seu programa de assistência financeira, que foi suspenso há meses. Em troca do dinheiro, as instituições exigem que Atenas se comprometa com novas metas orçamentais e avance com uma série de reformas.

O primeiro-ministro Alexis Tsipras mantém-se irredutível na recusa de novas medidas de austeridade, mas as agências internacionais já encontraram na contraproposta entregue em Bruxelas uma série de concessões do Governo grego, que estaria disposto a reconsiderar algumas medidas antes reputadas como “linhas vermelhas”, como a mexida na taxa do IVA.