Coronavírus da MERS já faz sete mortos na Coreia do Sul

Noventa e cinco pessoas foram infectadas pelo vírus oriundo do Médio Oriente. Outras 3000 estão de quarentena.

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As autoridades já ordenaram o encerramento de mais de duas mil escolas Yoon Dong-jin/Yonhap/Reuters

A doença surgiu pela primeira vez em 2012, na Península Arábica, e o vírus que a provoca é semelhante ao que causa a síndrome respiratória aguda (SARS). Ainda que menos contagioso, o vírus da MERS pode ser mais mortífero. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), já foram identificados mais de mil casos de MERS, num total de 25 países, e o número total de mortos causados pelo vírus é de cerca de 400.

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A doença surgiu pela primeira vez em 2012, na Península Arábica, e o vírus que a provoca é semelhante ao que causa a síndrome respiratória aguda (SARS). Ainda que menos contagioso, o vírus da MERS pode ser mais mortífero. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), já foram identificados mais de mil casos de MERS, num total de 25 países, e o número total de mortos causados pelo vírus é de cerca de 400.

“Estamos a levar a cabo duas guerras: a guerra contra a doença e a guerra contra o medo”, anunciou Nam Kyung-pil, governador da província de Gyeonggi, região onde se registou o primeiro caso de MERS, citado pela agência Reuters. Há cerca de um mês, um empresário sul-coreano, de 68 anos, realizou uma viagem ao Médio Oriente e foi infectado com o coronavírus.

A rapidez de contágio, que causou a morte de sete pessoas e a infecção de outras 95, levou os hospitais a criticar a ineficácia do Governo da Coreia do Sul. Park San-geun, director a Associação Coreana de Hospitais, citado pela agência Reuters, acusou o executivo de comunicação inadequada e de “falta de informação sobre os doentes infectados”, situação que atrasou o combate eficiente ao surto.

Face ao estado de alerta vivido no país e que resultou no fecho de 2208 escolas, o Governo da Coreia do Sul uniu esforços com a OMS para responder de forma eficaz ao surto de MERS, evitando que o pânico tome conta do país.

Uma das decisões imediatas é a colocação em quarentena de 2892 pessoas que estiveram em contacto com doentes infectados pelo vírus que provoca a MERS. De forma a garantir que estas pessoas cumprem o isolamento, no hospital ou em casa, as autoridades vão tomar uma série de medidas de supervisão como, por exemplo, o rastreio dos telemóveis dos suspeitos de infecção.

“Vamos lidar firmemente com qualquer um que agrave o sentimento de mal-estar público”, anunciou Kang Shin-myun, à Reuters, chefe da polícia de Seul, a capital da Coreia do Sul, reforçando a ideia de que as ordens de quarentena serão “impostas” à população.

Países vizinhos em alerta

O Governo de Hong Kong emitiu um “alerta vermelho” para os turistas que pretendam viajar para a Coreia do Sul e aconselha o cancelamento das viagens ditas “não essenciais”. O surto do coronavírus da MERS no território sul-coreano é descrito pelas autoridades da região chinesa como uma “ameaça séria e significativa”.

“O Governo entende que é necessário enviar uma mensagem clara, nesta altura”, disse Carrie Lam, secretária-chefe da administração do Governo de Hong Kong, justificando as medidas de alerta sobre a situação na Coreia do Sul, segundo a televisão pública local. Cerca de 12 mil viagens “não essenciais” foram canceladas pelo Travel Industry Council, o órgão de regula e supervisiona as agências de viagens de Hong Kong.

Também Macau está em alerta devido à propagação do vírus da MERS na Coreia do Sul. O antigo território português já anunciou o pedido de máscaras para distribuir pela população, nomeadamente para as pessoas que se dirijam a um hospital ou estabelecimento de saúde, de modo a evitar possíveis contágios. Para além disso, à semelhança de Hong Kong e de Taiwan, também aconselham os seus habitantes a evitar viajar para a Coreia do Sul, a menos que seja “absolutamente necessário”.

Texto editado por Joana Amado