Van Gogh e Munch: Juntos outra vez (e finalmente)

Exposição no Museu Munch de Oslo junta 75 pinturas e 30 trabalhos sobre papel dos dois artistas cujas semelhanças confundem o público e fascinam historiadores e críticos.

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Explicam os curadores no site do Museu Munch de Oslo que o objectivo da exposição Van Gogh+Munch, que ali estará aberta até 6 de Setembro, é explorar as ligações entre os dois artistas, das mais óbvias e trabalhadas pelos historiadores e críticos de arte logo desde o século XIX, às mais subtis. Para o fazer Magne Bruteig, de Oslo, e Maite van Dijk, do Museu Van Gogh de Amesterdão, começam por analisar o ponto de partida dos dois artistas – as influências a que estiveram sujeitos e as primeiras obras – e detêm-se mais tarde no apuramento técnico e na inovação de cada um. Só depois entram no jogo da comparação para mostrar, por exemplo, que tanto Vincent van Gogh (1853-1890) como Edvard Munch (1863-1944) fizeram de Paris um ponto de viragem e se esforçaram por “dar expressão” à arte moderna.

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Explicam os curadores no site do Museu Munch de Oslo que o objectivo da exposição Van Gogh+Munch, que ali estará aberta até 6 de Setembro, é explorar as ligações entre os dois artistas, das mais óbvias e trabalhadas pelos historiadores e críticos de arte logo desde o século XIX, às mais subtis. Para o fazer Magne Bruteig, de Oslo, e Maite van Dijk, do Museu Van Gogh de Amesterdão, começam por analisar o ponto de partida dos dois artistas – as influências a que estiveram sujeitos e as primeiras obras – e detêm-se mais tarde no apuramento técnico e na inovação de cada um. Só depois entram no jogo da comparação para mostrar, por exemplo, que tanto Vincent van Gogh (1853-1890) como Edvard Munch (1863-1944) fizeram de Paris um ponto de viragem e se esforçaram por “dar expressão” à arte moderna.

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Desde 1912 que a obra dos dois artistas não aparecia, a esta escala, numa mesma exposição. As semelhanças entre o percurso dos dois homens e o seu próprio trabalho confundem os menos informados – não é raro os visitantes entrarem no Museu Van Gogh de Amesterdão e perguntarem por que razão O Grito, de Munch, não está ali – e intrigam os maiores especialistas.

Tanto a obra de Van Gogh como a de Munch são caracterizadas, garantem os curadores, por “uma paleta vibrante, uma linguagem profundamente estilizada, uma pincelada pessoal e arrojada e composições pouco convencionais”. Esta “descrição” da produção dos dois artistas pode ser testada no corpo de obras exposto em Oslo: 75 pinturas e 30 trabalhos sobre papel.

Ainda que não se saiba se chegaram a ser apresentados um ou outro, ou se chegaram a conversar, Van Dijk garante que Munch terá conhecido bem a obra do pintor holandês, lembrando que chegou a escrever, a propósito de Van Gogh: “O fogo e o ardor estiveram no seu pincel nos breves anos em que se deixou consumir pela sua arte.” Bruteig, o curador norueguês, diz mesmo que o primeiro se inspirou muito na obra do segundo. A curadora do Museu Van Gogh concorda com o colega de Oslo – não gosta da palavra “influência”, mas reconhece que os dois se encontram na ousadia da cor e nalguns aspectos da composição e da perspectiva. Além disso, ambos se cruzaram com Paul Gauguin (Van Gogh chegou a partilhar casa com o pintor francês por uns tempos e é famosa a desavença que pôs fim à sua amizade) mas com ele tinham uma divergência de base, explica Van Dijk – para Gauguin a arte vinha da cabeça, para Munch e Van Gogh ela nascia no coração.

Na exposição de Oslo, os visitantes podem agora ver como Munch e Van Gogh pintaram noites estreladas, trabalhadores nos campos e muitos, muitos auto-retratos. E, esperam os curadores, valorizar mais a obra dos dois artistas do que os seus percursos pessoais atormentados que ajudaram a compor o mito. É ela - a obra - que interessa.