Iniciativa “direito a nascer” assegura “grande receptividade” de Mota Soares
Grupo conseguiu assinaturas suficientes para levar a plenário um projecto de lei sobre o apoio à maternidade e a regulamentação do aborto.
A presidente da Federação Portuguesa pela Vida (FPV), Isilda Pegado, que é membro da comissão desta iniciativa, defende que a Segurança Social é um “núcleo central no apoio à maternidade e à paternidade” e considerou que o encontro com Mota Soares permitiu perceber que o ministro “entende as razões que levaram à iniciativa legislativa”. Isilda Pegado adiantou ao PÚBLICO que o governante está ciente “de que as estruturas têm de ser reequacionadas e pensadas para dar mais apoio e acompanhamento às famílias”, mas ressalva que o ministro não se pronunciou directamente sobre questões particulares da proposta.
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A presidente da Federação Portuguesa pela Vida (FPV), Isilda Pegado, que é membro da comissão desta iniciativa, defende que a Segurança Social é um “núcleo central no apoio à maternidade e à paternidade” e considerou que o encontro com Mota Soares permitiu perceber que o ministro “entende as razões que levaram à iniciativa legislativa”. Isilda Pegado adiantou ao PÚBLICO que o governante está ciente “de que as estruturas têm de ser reequacionadas e pensadas para dar mais apoio e acompanhamento às famílias”, mas ressalva que o ministro não se pronunciou directamente sobre questões particulares da proposta.
A representante da iniciativa “direito a nascer” reforçou que a mudança é crucial “num tempo em que a grande preocupação do país é a natalidade”. Isilda Pegado informou que as quase 50 mil assinaturas que recolheram para conseguir ter o projecto de lei discutido em plenário já foram validadas e que espera poder ter uma decisão final ainda nesta legislatura. A Iniciativa Legislativa de Cidadãos é um mecanismo de participação política dos cidadãos que permite que um projecto-lei com 35 mil subscrições seja discutido e votado na Assembleia da República.
Isilda Pegado congratulou-se com o “consenso” encontrado com Mota Soares, que “reconheceu que a actual lei não é amiga da maternidade”. “Não podemos continuar a ter uma lei que empurra as mulheres para o aborto”, insistiu a presidente da FPV, adiantando que o fim dos subsídios relacionados com a interrupção voluntária da gravidez foi uma das ideias que apresentaram ao ministro.
No entanto, Isilda Pegado salvaguardou que “não está em causa a questão penal” nas mudanças que propõem. “O que se pretende é criar um quadro legal de apoio à maternidade e à paternidade”, sublinhou, destacando ainda que o encontro com a tutela aconteceu a 1 de Junho, Dia da Criança, “e que não foi coincidência, foi deliberado por parte do ministro que escolheu está dia pelo simbolismo que representa e por ser de crianças que o país precisa”.
Os representantes estão a ser recebidos por várias estruturas. Um dos principais encontros aconteceu em Março com o Presidente da República, altura em que a comissão disse estar convencida de que Cavaco Silva tem “uma grande coincidência de postos de vista” com a iniciativa. Na terça-feira é a vez de serem ouvidos na Comissão Parlamentar dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.