Cancro mata em média quase nove anos mais cedo do que AVC e enfartes

Os tumores da traqueia, brônquios e pulmão são os que mais matam em Portugal, seguidos dos tumores malignos do cólon, recto e ânus, que tiraram a vida a mais 3813 pessoas em 2013 do que ano anterior.

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Tumores da traqueia, brônquios e pulmão são os que mais matam em Portugal. Manuel Roberto

Uma em cada dez pessoas continua a morrer devido a AVC, sendo esta a doença que mais mata no país (11,5% do total de mortalidade). Juntamente com a doença isquémica do coração (6,5%) e o enfarte agudo do miocárdio (4,3%) fazem com que o grupo das doenças do aparelho circulatório continue a ser a principal causa de morte em Portugal – representando 29,5% da mortalidade total. Tirou a vida a 31.528 pessoas em 2013, morrendo mais mulheres (55,7%) do que homens por esta causa.

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Uma em cada dez pessoas continua a morrer devido a AVC, sendo esta a doença que mais mata no país (11,5% do total de mortalidade). Juntamente com a doença isquémica do coração (6,5%) e o enfarte agudo do miocárdio (4,3%) fazem com que o grupo das doenças do aparelho circulatório continue a ser a principal causa de morte em Portugal – representando 29,5% da mortalidade total. Tirou a vida a 31.528 pessoas em 2013, morrendo mais mulheres (55,7%) do que homens por esta causa.

Mas enquanto as mortes por doenças do aparelho circulatório têm descido (menos 4,1% do que em 2012), as mortes por cancro têm vindo a subir. Os tumores malignos foram a segunda causa de morte em 2013, com 25.920 óbitos, o que correspondeu a 24,3% da mortalidade no país, mais 0,6% do que em 2012, vitimando mais homens (59,7%) do que mulheres.

Olhando para as mortes de acordo com a idade média em que têm lugar, os dados permitem concluir que se morre mais cedo por cancro, quase nove anos, do que por doenças do aparelho circulatório. A morte por cancro acontece, em média, aos 72,4 anos (aos 73,7 anos nas mulheres, aos 71,6 anos nos homens). Já as mortes devidas a doenças do aparelho circulatório têm lugar em média aos 81 anos de idade (83,5 anos nas mulheres e 78,5 no caso dos homens).

Os cancros que mais matam são os tumores da traqueia, brônquios e pulmão, mais 9,1% do que em 2012, seguidos dos tumores malignos do cólon, recto e ânus, que tiveram mais 0,9% do que no ano anterior (morreram mais 3813 pessoas).

As doenças são responsáveis por 96% das mortes no país. As chamadas “causas externas” são o restante, com destaque para os acidentes e sequelas (1,9%) e o suicídio (1%), refere a publicação que analisa a mortalidade de acordo com uma lista de 55 grupos de causas de morte usada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

A seguir na lista estão as doenças do aparelho respiratório, que originaram 11,8% da mortalidade em 2013, menos 9,2% do que no ano anterior. A pneumonia e a doença pulmonar obstrutiva crónica são as patologias deste tipo que mais mataram.

As doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas causaram 5775 óbitos em 2013, menos 4,6% do que no ano anterior, com destaque para a diabetes mellitus, com 4548 óbitos.

As mortes por perturbações mentais e do comportamento foram 2,1% da mortalidade no país, sendo que 91,4% destes óbitos corresponderam a mortes por demência (2032 óbitos).