Imprensa espanhola fala em cambio "radical" e "histórico"

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AFP/QUIQUE GARCIA

Nos jornais mais associados à direita, o ABC escreve que "O PP ganha em votos, perde em poder", debaixo de uma foto a toda a largura da página das candidatas "populares" a Madrid – Esperanza Aguirre (para a Câmara Municipal) e Cristina Cifuentes (Comunidade Autónoma). Ambas ganharam, mas sem maioria absoluta, ficando assim vulneráveis a acordos entre os partidos de esquerda que as podem afastar do poder.

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Nos jornais mais associados à direita, o ABC escreve que "O PP ganha em votos, perde em poder", debaixo de uma foto a toda a largura da página das candidatas "populares" a Madrid – Esperanza Aguirre (para a Câmara Municipal) e Cristina Cifuentes (Comunidade Autónoma). Ambas ganharam, mas sem maioria absoluta, ficando assim vulneráveis a acordos entre os partidos de esquerda que as podem afastar do poder.

Aguirre e Cifuentes ilustram o que aconteceu ao PP um pouco por todo o país. O La Razon escreve mesmo "Instabilidade", explicando que houve um "Castigo ao PP" [ainda que tenha sido o partido mais votado] e que o "Podemos manda no terreno do PSOE". O Ciudadanos, sublinha, "ficou abaixo das expectativas". A foto é dos festejos de Ada Colau, a activista anti-despejos que venceu em Barcelona, e que o jornal chama de "símbolo da reviravolta radical".

O El Mundo fala apenas num "Cambio político à custa do PP", explicando que os populares perdem o poder na Extremadura, Comunidade Valenciana, Cantábria, Aragão, Castilla-La Mancha e Baleares, devido especialmente aos emergentes. "Barcelona e Madrid nas mãos da esquerda radical", acrescenta, numa referência a Ada Colau (Barcelona en Comú) e Manuela Carmena (Ahora Madrid), que "são favoritas a governar".

Em Espanha, os eleitores elegem deputados municipais e são estes que depois elegem os presidentes de câmara, numa votação em reunião camarária. Por isso, o cabeça-de-lista do partido mais votado apenas é automaticamente presidente quando obtém maioria absoluta. No entanto, nas municipais (ao contrário das autonómicas) os partidos têm uma votação para porem em prática acordos pós-eleitorais, se não, é a lista mais votada quem escolhe o presidente da câmara.

O El País diz que o "A queda do PP provoca uma reviravolta a favor da esquerda" e explica que o PP "pode perder a maioria das grandes cidades e autonomias".

O La Vanguardia, diário de Barcelona, puxa para capa uma foto de Ada Colau, uma das grandes vencedoras da noite, sob o título "Cambio Radical", e acrescenta que "O PP perde peso e o Podemos avança".

Nos títulos regionais, o Diario de Sevilla escreve que os resultados na capital andaluza "desenham um cenário de instabilidade", com o actual presidente da câmara, Juan Ignacio Zoido (PP), a vencer, mas perdendo grande parte do apoio nas urnas. "Os socialistas ganham as eleições [nos municípios da Andaluzia] a um PP que se debilita nas cidades", sublinha.

O El Periódico de Catalunya adianta que "Colau dá a reviravolta" e o La Voz de Galicia escreve "Cambio Histórico", numa referência ao facto de Xulio Ferreiro, candidato do "Marea Atlántica" – apoiada pelo Podemos, ter ganhado a câmara da Corunha.

O jornal Atlántico, de Vigo, sintetiza em capa o cenário trazido pela noite eleitoral de domingo: "Podemos e Ciudadanos, árbitros do novo mapa [político] após a queda do PP".