Atentado suicida contra mesquita xiita na Arábia Saudita
Cerca de 20 pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas num ataque reivindicado pelo grupo radical Estado Islâmico.
Um habitante de al-Qadeeh, na província de Qatif, descreveu uma enorme explosão na mesquita imã Ali durante a oração de sexta-feira. Estavam no local mais de 150 pessoas no momento da explosão.
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Um habitante de al-Qadeeh, na província de Qatif, descreveu uma enorme explosão na mesquita imã Ali durante a oração de sexta-feira. Estavam no local mais de 150 pessoas no momento da explosão.
Horas depois do ataque, o grupo auto-intitulado Estado Islâmico (EI), que conquistou partes da Síria e do Iraque, reivindicou o atentado, segundo o site de monitorização com sede nos EUA SITE. O grupo mostrou uma imagem do alegado bombista e indicou o seu nome .
A agência oficial saudita confirmou o ataque mas não adiantou pormenores. Fontes hospitalarares disseram à Reuters que tinham morrido cerca de 20 pessoas e que entre os feridos havia pessoas em estado grave.
Qatif, na costa do Golfo, é uma de duas regiões do reino wahabita com mais população xiita, uma minoria de entre 10 a 15% da população saudita maioritariamente sunita (a segunda é al-Ahsa, a sudoeste da capital da província). Ambas têm sido historicamente focos de esporádicas manifestações anti-regime.
Os xiitas queixam-se de discriminação no acesso a emprego, de as suas comunidades receberem menos fundos, de restrições em locais de oração, por exemplo. O objectivo deste ataque terá sido aumentar as queixas dos xiitas contra o regime e jogar com as tensões entre xiitas e sunitas.
O ataque acontece quando Riad lidera uma coligação de estados árabes que leva a cabo uma campanha contra rebeldes huthis, xiitas, no Iémen. Os sauditas participam ainda numa acção ofensiva sobre o EI, que considera que os muçulmanos xiitas são hereges.
Em Novembro, houve um outro ataque contra xiitas no país, quando homens armados dispararam contra uma procissão religiosa também no Leste do país, matando sete pessoas, num ataque que as autoridades imputaram ao Estado Islâmico.
Em Abril, o Governo anunciou a detenção de 93 pessoas suspeitas de pertencer ao EI, e disse que tinham sido evitados vários ataques. As detenções vinham a ser feitas desde Dezembro e a grande maioria dos detidos eram sauditas - apenas cinco eram estrangeiros.