Com a ajuda de uma nau, Lisboa vai contar a história dos Descobrimentos

O novo núcleo museológico deverá abrir no Verão de 2016 e será o primeiro investimento feito pelo município com verbas da Taxa Turística.

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É na Doca Seca, na Ribeira das Naus, que vai ser criado este núcleo museológico dedicado aos Descobrimentos Miguel Manso

Esta sexta-feira, a Câmara de Lisboa, a Marinha, a Associação Turismo de Lisboa (ATL) e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa juntaram-se para assinar o “protocolo de formalização de interesse” na criação desse núcleo museológico. Na ocasião, o presidente do município sustentou que esta iniciativa vai permitir “a instalação de algo que há muito faz falta ao país e à cidade”.

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Esta sexta-feira, a Câmara de Lisboa, a Marinha, a Associação Turismo de Lisboa (ATL) e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa juntaram-se para assinar o “protocolo de formalização de interesse” na criação desse núcleo museológico. Na ocasião, o presidente do município sustentou que esta iniciativa vai permitir “a instalação de algo que há muito faz falta ao país e à cidade”.

“No nosso país não temos muitas histórias para contar ao mundo, mas temos uma história única para contar”, defendeu Fernando Medina, referindo-se aos Descobrimentos Portugueses. Nesse sentido, adiantou, vai ser instalada “uma reprodução de uma nau” na Doca Seca, estrutura onde eram reparadas embarcações no século XVIII e que ficou a descoberto com as obras realizadas na Ribeira das Naus em 2014.

Essa reprodução, explicou o autarca aos jornalistas, terá “acoplado um espaço museológico”, que será parcialmente “enterrado” e no qual se entrará através de uma estrutura de vidro à superfície. Para se chegar a esta solução, Fernando Medina referiu que “foram visitadas reproduções de navios em várias cidades da Europa”.

O presidente da câmara fez questão de sublinhar que este projecto, que em sua opinião irá “dar uma vida mais sólida à Ribeira das Naus”, será fundamentado “nos mais rigorosos e actualizados conhecimentos científicos”. Segundo explicou, o desenvolvimentos dos conteúdos está a cargo do Centro de História d’Aquém e d’Além-Mar, uma unidade de investigação e desenvolvimento da FCSH, enquanto a componente “artística” está nas mãos do designer Henrique Cayatte.  

Já o director geral da ATL adiantou que a nau será “maior do que as verdadeiras”, estimando-se que venha a ter cerca de 40 metros de comprimento. Segundo Vítor Costa, a primeira obra a realizar, “ainda este ano”, será a de construção de “uma estrutura de betão” na base da doca, que terá de ser “mais desaterrada”.  

Questionado sobre se a entrada neste núcleo museológico, que se prevê que possa abrir ao público no Verão de 2016, vai ser paga, o dirigente da ATL garantiu que sim, mas disse que ainda não estava definido qual o valor a praticar.

No discurso que proferiu, Fernando Medina explicou que aquilo que se pretende com este investimento não é criar “um museu dos Descobrimentos, hegemónico”, mas sim “um elemento que contribua para contar bem essa história”. A expectativa do autarca socialista é que o passo agora dado seja “o primeiro de um projecto mais ambicioso”, que passe pelo surgimento de vários “pólos museológicos” sobre esta temática “unidos em rede”.

Pela parte da Marinha, o chefe do Estado-Maior da Armada defendeu que o núcleo museológico que vai ser criado vai “dar um novo ímpeto à difusão da história portuguesa, em particular da marítima”. O almirante Luís Macieira Fragoso manifestou ainda satisfação com o trabalho já feito na Ribeira das Naus, sublinhando que tem havido “uma adesão massiva dos cidadãos de Lisboa e de todos aqueles que nos visitam” ao espaço, que foi requalificado nos últimos anos.