Castanheira Barros avança para Belém e não descarta nenhum apoio partidário

O advogado de Coimbra já tinha vindo a anunciar a intenção de se candidatar a Belém e apresentou nesta quinta-feira o projecto.

Foto
Castanheira Barros Sérgio Azenha

Conhecido activista contra a co-incineração desde que o processo se tornou mediático em 2001, o advogado de Coimbra está a preparar este projecto desde julho de 2014. Quanto a apoios partidários, Jorge Castanheira Barros considera-se “um bom candidato para ser apoiado pelo PSD”, mas não fecha a porta a outras cores partidárias. “Estou em consonância com vários partidos em diferentes assuntos”, considera.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Conhecido activista contra a co-incineração desde que o processo se tornou mediático em 2001, o advogado de Coimbra está a preparar este projecto desde julho de 2014. Quanto a apoios partidários, Jorge Castanheira Barros considera-se “um bom candidato para ser apoiado pelo PSD”, mas não fecha a porta a outras cores partidárias. “Estou em consonância com vários partidos em diferentes assuntos”, considera.

Contactado pelo PÚBLICO, o presidente da distrital do PSD de Coimbra, Maurício Marques, classificou o candidato como “um homem de causas” e afirmou a “satisfação por haver militantes do partido que se candidatam ao mais alto cargo da nação”. “É uma pessoa que admiro pela sua coragem e determinação, mas daí não poderemos concluir que o apoio”, ressalvou.

Em relação a um eventual candidato pelos sociais-democratas, Maurício Marques duvida que o PSD endorse a candidatura de Castanheira Barros, “por isso, provavelmente, não será apoiado pela minha estrutura distrital”. No entanto, Castanheira Barros lembra “que não se sabe quem será o líder do PSD” quando fizer a entrega das assinaturas.

O financiamento da campanha tem sido às custas do próprio. “Abri uma conta para receber donativos mas, até agora, não entrou um cêntimo”. Num périplo que afirma ter feito pelo país para contactar com os cidadãos, Castanheira Barros recolheu “entre 1000 e 1200 assinaturas”, número que “ainda está longe do objectivo” - são necessárias 7500 assinaturas para formalizar a candidatura no Tribunal Constitucional. “Por isso tenho tido o cuidado de me apresentar como o autor de um projecto de candidatura e não como candidato”, explica.

Também na corrida pela presidência do PSD, em 2010, Castanheira Barros foi o candidato menos votado, com 138 votos (0,27%), na eleição que acabaria por eleger Pedro Passos Coelho como líder dos sociais-democratas. Na corrida estavam também Paulo Rangel e Aguiar-Branco. “Sei que era um outsider, mas cumpri o objectivo principal que era sensibilizar o partido para as questões ecológicas”, avalia.

Relativamente ao programa eleitoral, Castanheira Barros declara-se “radicalmente contra o corte de salários e pensões”. “Sou a favor da contenção da despesa pública, mas não da austeridade que nos foi imposta”, explica. “O que são reformas estruturais? O que é a crise?”, questiona, garantindo que o seu discurso será “sempre baseado em questões concretas e não nestas abstracções”.

O candidato afirma-se em dissonância com a “direcção neoliberal” do seu partido e é apologista de “um estado social forte”. O advogado defende também uma revisão constitucional e considera que o país precisa de um Presidente da República que “ajude a bater o pé” a instâncias internacionais como o FMI.

Quanto ao assunto que lhe é mais caro – a co-incineração – o candidato garante que, caso seja eleito, vai continuar a luta. “Dirão que isso é matéria de governo, mas a defesa do ambiente depende de todos”, afirma.