Emails de Hillary Clinton serão revelados até Janeiro de 2016

Já nos próximos dias são divulgados os primeiros documentos, relativos ao atentado ao consulado americano em Bangazi, em 2012.

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Hillary esteve esta semana em campanha no Iowa Jim Young/Reuters

A ex-secretária de Estado usou uma conta pessoal para todas as comunicações que fez enquanto esteve na Casa Branca, desde as mensagens pessoais sobre o casamento da filha até às que versavam sobre temas sensíveis do Governo.

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A ex-secretária de Estado usou uma conta pessoal para todas as comunicações que fez enquanto esteve na Casa Branca, desde as mensagens pessoais sobre o casamento da filha até às que versavam sobre temas sensíveis do Governo.

John F. Hackett, representante do Departamento de Estado, assumiu na segunda-feira o estatuto de “interesse público” dos emails, tendo anunciado que os mesmos estão a ser revistos e serão publicados “o mais cedo possível". Advertiu para a morosidade do processo e, por isso, a data proposta para a publicação da maior parte da documentação é 15 de Janeiro.

As mais de 50 mil páginas que serão tornadas públicas foram divididas por temas e estão a ser analisadas por especialistas em cada matéria, entre funcionários do Departamento de Estado e de outras entidades, como o Departamento de Defesa ou o Conselho de Segurança Nacional norte-americana. “A equipa que está a gerir este processo tem-se reunido diariamente desde o início de Abril", disse Hackett.

Porém, nos próximos dias, deverão ser divulgadas as primeiras 900 páginas, relativas aos emails de Clinton durante o ataque contra o consulado dos EUA em Bengasi, na Líbia, em 2012, em que morreram quatro pessoas, entre elas o embaixador J. Christopher Stevens. Na altura, o Departamento de Hillary Clinton foi acusado de “liderança deficiente” e o chefe de segurança do Departamento de Estado demitiu-se.

O debate em torno da “falta de transparência” no comportamento de Hillary levou a organização noticiosa Vice News a exigir a publicação dos emails da agora candidata à presidência dos Estados Unidos, ao abrigo da lei da liberdade de informação, um regime legal federal que tem como fundamento “esclarecer e proteger o direito do público à informação”.

O caso da utilização da conta não-oficial para a troca de correspondência, no exercício do cargo de secretária de Estado, levou a comunicação social dos Estados Unidos a pôr em causa a candidatura de Clinton à presidência, que foi oficializada em Abril de 2015. Hillary explicou que utilizou a sua conta pessoal por lhe ser mais fácil gerir apenas um email do que vários.

A publicação dos emails terá impacto junto do eleitorado norte-americano. A data prevista para publicação da maior parte da documentação está próxima das primeiras votações das primárias do Partido Democrata (o processo em que cada partido escolhe, internamente e de entre todos os concorrentes, quem é o seu candidato à presidência) - perto de 15 de Janeiro de 2015 realiza-se o caucus do Iowa e a votação no New Hampshire, duas regiões barómetro sobre as possibilidades que os candidatos têm de vencer as presidenciais de Novembro de 2016.