ABC procura um desfecho diferente para a sua terceira final europeia
O clube de Braga começa no domingo, em casa, a disputar o título da Taça Challenge contra o Odorhei, ?da Roménia.
Após três anos de ausência das competições europeias, a equipa voltou a qualificar-se para um confronto decisivo logo na época do regresso. Tal como nas duas ocasiões anteriores, tem condições de assegurar o título, desta vez perante um adversário que evitou que neste momento se estivesse a preparar a primeira final 100 por cento portuguesa, ao afastar o Benfica nas meias-finais. O ABC espera tornar-se o segundo clube português a conquistar uma prova europeia, repetindo o feito do Sporting, que em 2009-10 ganhou a medalha de ouro na mesma Taça Challenge.
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Após três anos de ausência das competições europeias, a equipa voltou a qualificar-se para um confronto decisivo logo na época do regresso. Tal como nas duas ocasiões anteriores, tem condições de assegurar o título, desta vez perante um adversário que evitou que neste momento se estivesse a preparar a primeira final 100 por cento portuguesa, ao afastar o Benfica nas meias-finais. O ABC espera tornar-se o segundo clube português a conquistar uma prova europeia, repetindo o feito do Sporting, que em 2009-10 ganhou a medalha de ouro na mesma Taça Challenge.
Mas no que toca à presença em finais, o ABC foi mesmo o pioneiro. Depois de vencer a II Divisão em 1982-83, foi rápido a deixar a sua marca no andebol português. O primeiro dos seus 12 títulos de campeão nacional foi obtido na quarta temporada no escalão principal, em 1986-87. Não muito tempo depois, tornou possível o que parecia, no mínimo, muito improvável, ver uma equipa portuguesa na final da Liga dos Campeões. Foi em 1993-94: o Teka Santander, de Talant Dujshebaev, duas vezes eleito andebolista mundial do ano, Mats Olsson e outras estrelas, sagrou-se campeão europeu por uma diferença de dois golos e abriu um período de oito títulos seguidos para os clubes espanhóis, mas ao ABC ninguém retira o mérito do salto evolutivo julgado inverosímil e nunca repetido.
Pode não ter resultado em nenhum título, mas o pedigree europeu do ABC é indesmentível. Além dessa campanha, soma mais quatro presenças nos quartos-de-final da principal prova europeia de clubes (1992-93, 1996-97, 1997-98 e 2000-01), uma nas meias-finais da Taça EHF (1999-00) e outra nas meias-finais da Taça Challenge (1994-95, na altura chamada City Cup), numa altura em que, é justo dizê-lo, a concorrência era bem superior à actual. A primeira presença na final da Challenge aconteceu em 2004-05, mas perdeu para o Wacker Thun, da Suíça, também por uma diferença conjunta de dois golos.
Essa campanha deu o mote para uma forte presença de Portugal na eliminatória decisiva desta prova, a terceira da hierarquia europeia e que nesta altura já não contava com a participação de clubes de alguns dos países mais fortes da modalidade, especialmente da Alemanha, vencedores de seis das sete primeiras finais, e de Espanha. Pela quinta vez num total de 11 épocas, a final da Challenge contará com uma formação lusa. Além do ABC, também o Sporting da Horta, o Benfica e o Sporting tiveram a oportunidade de discutir o título, mas só os “leões” de Lisboa aproveitaram a oportunidade para rechear a sua sala de troféus.
Estreia de Carlos Resende
Apesar de ter passado uma boa parte da sua carreira de jogador no ABC, só agora na qualidade de treinador é que Carlos Resende vai participar na sua primeira final continental com o clube. O antigo internacional, considerado o melhor andebolista português de todos os tempos, sabe que o Odorhei é o opositor mais forte que enfrentou no caminho até à final, mas está confiante num bom desfecho. “O ABC esteve em duas finais, não conseguiu vencer, mas temos fé que o ditado faça sentido e que à terceira seja de vez”, disse o ex-jogador, melhor marcador da Liga dos Campeões em 1995-96 e 1996-97, quando estava ao serviço dos bracarenses.
“Nunca sabemos o que é um bom resultado na 1.ª mão. Mas se tivermos a capacidade defensiva de antecipar o que o adversário vai fazer, de querer conquistar a posse de bola, e a isso aliarmos a nossa velocidade de jogo, então não tenho dúvidas que o resultado normal será a nossa vitória”, considerou Resende, numa conferência de imprensa em que também agradeceu à equipa técnica do Benfica pela informação disponibilizada sobre o clube que se classificou no quarto lugar do campeonato romeno na época anterior.
Os vídeos com jogos do Odorhei que os jogadores do ABC viram certamente confirmaram que o georgiano Vladimir Rusia é um dos maiores perigos, provavelmente o maior. O lateral-esquerdo é, neste momento, o melhor marcador da Taça Challenge, com 43 golos (média de 5,4 por jogo), 16 deles apontados ao Benfica nas meias-finais.
No ABC, também tem sido um lateral-esquerdo, no caso Nuno Pereira, o mais concretizador, com 31 golos apontados. Seguem-se o ponta-esquerda Fábio Antunes (24) e os laterais João Pinto (21) e Nuno Rebelo (20).