70% dos jovens entre os 15 e os 24 anos pondera ir trabalhar para o estrangeiro
Na mesma faixa etária, 57% dizem não se interessarem “nada” por política e apenas 17,3% consideram que a democracia funciona "bem". Estudo foi encomendado pela Presidência da República
O estudo apresentado nesta sexta-feira, 15 de Maio, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, não é animador nem dá grande esperança às preocupações que o Presidente da República expressou, na abertura da IV conferência internacional Portugal e os Jovens, Novos Rumos, Outra Esperança.
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O estudo apresentado nesta sexta-feira, 15 de Maio, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, não é animador nem dá grande esperança às preocupações que o Presidente da República expressou, na abertura da IV conferência internacional Portugal e os Jovens, Novos Rumos, Outra Esperança.
Cavaco Silva quer que os jovens regressem ao país e está apreensivo com o afastamento destes em relação à política. O que os números mostram é que a maioria dos jovens não se interessa “nada” por política e pondera trabalhar no estrangeiro.
O estudo foi encomendado pela Presidência da República e chama-se "Emprego, Mobilidade, Política e Lazer: situações e atitudes dos jovens portugueses numa perspectiva comparada", e é de Mariana Costa Lobo, Vítor Sérgio Ferreira e Jussara Rowland (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa).
Nele pode ler-se, entre muitos aspectos, que “a proporção de indivíduos que declaram considerar a hipótese de vir a trabalhar no estrangeiro no futuro é maior entre os jovens e jovens adultos do que nos restantes grupos etários”. “Se tivermos em conta os jovens que consideram a ideia de vir a trabalhar no estrangeiro e os que, apesar de não considerarem a ideia, não a excluem, pode concluir-se que cerca de 70% dos jovens entre 15 e 24 anos estão de alguma forma abertos à hipótese de vir a ter uma experiência laboral fora de Portugal”, lê-se no documento.
Os dados também permitem perceber que os jovens portugueses estão actualmente mais insatisfeitos com a democracia do que diziam estar em 2007: em 2015, 17,3% consideram que a democracia funciona “bem”; em 2007 este número era 33,8%. Para além disso, actualmente (2015), 57,3% dos jovens entre os 15 e os 24 não se interessa “nada” por política – em 2007, a percentagem ficava-se pelos 23,5.