Dirigente sindical da PSP diz que é legal polícias trocarem passes por dinheiro

Direcção nacional da polícia desencadeou processo de averiguações. Há agentes do Porto a contar que nesta cidade também há quem venda o título de transporte.

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Agentes recebem dinheiro nas bilheteiras da TST de Cacilhas Enric Vives-Rubio

Peixoto Rodrigues reagia a uma notícia do PÚBLICO desta quinta-feira, que dá conta de que há policias da Margem Sul a recorrer há anos a um esquema fraudulento através do qual conseguem, nas bilheteiras de Cacilhas da Transportes Sul do Tejo (TST), trocar as requisições dos títulos de transporte por dinheiro. Os funcionários da transportadora rodoviária cobram-lhes uma comissão por isso.

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Peixoto Rodrigues reagia a uma notícia do PÚBLICO desta quinta-feira, que dá conta de que há policias da Margem Sul a recorrer há anos a um esquema fraudulento através do qual conseguem, nas bilheteiras de Cacilhas da Transportes Sul do Tejo (TST), trocar as requisições dos títulos de transporte por dinheiro. Os funcionários da transportadora rodoviária cobram-lhes uma comissão por isso.

“Não há nenhuma fraude, nem nenhuma ilegalidade. Já consultei o gabinete jurídico do sindicato. É o mesmo que ir às compras com a senha de refeição: o Estado não é lesado”, defende o sindicalista.

Esta não é, porém, uma opinião unânime entre os dirigentes sindicais, nem partilhada pela direcção nacional da PSP, que já anunciou ter desencadeado um processo de averiguações para descobrir o que se está a passar.

“Os títulos de transportes atribuídos aos policias só são conversíveis, pelos operadores, em carregamentos que viabilizam o acesso aos transportes públicos e não permitem a conversão em numerário”, assegura a PSP, adiantando que tem em curso “procedimentos inspectivos” junto da TST “para apurar a eventual responsabilidade disciplinar e criminal dos intervenientes, as quais a existirem, serão comunicadas às competentes entidades judiciais”. O presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, Paulo Rodrigues, tem um entendimento idêntico da questão: acha que qualquer agente que recorra a este tipo de esquema deve ser responsabilizado por isso.

Segundo a administração dos TST, as suas bilheteiras vão deixar de fornecer títulos de transporte aos agentes da PSP, que deverão passar a obtê-los “directamente no portal Lisboa Viva da Internet”. Os administradores da empresa dizem-se surpreendidos com a notícia de que os seus funcionários estão envolvidos há anos numa fraude e garantem estar “disponíveis para colaborar com as instituições oficiais envolvidas” no apuramento dos factos.

Entretanto, há agentes da PSP do Porto a contar aos colegas, via Facebook, que também nesta cidade se pratica a troca dos passes gratuitos por dinheiro.