Ministro da Defesa da Coreia do Norte terá sido executado por adormecer em cerimónia
Hyon Yong-chol foi fuzilado por artilharia antiaérea em frente a centenas de pessoas, de acordo com os serviços secretos sul-coreanos.
Centenas de pessoas assistiram ao fuzilamento do ministro numa academia militar em Pyongyang no dia 30 de Abril, de acordo com a agência noticiosa Yonhap, que cita uma audiência parlamentar dos serviços secretos sul-coreanos. Hyon foi condenado pelo crime de “lesa-majestade” depois de ter sido encontrado a dormir durante uma cerimónia militar e por “não ter seguido as instruções” do líder norte-coreano.
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Centenas de pessoas assistiram ao fuzilamento do ministro numa academia militar em Pyongyang no dia 30 de Abril, de acordo com a agência noticiosa Yonhap, que cita uma audiência parlamentar dos serviços secretos sul-coreanos. Hyon foi condenado pelo crime de “lesa-majestade” depois de ter sido encontrado a dormir durante uma cerimónia militar e por “não ter seguido as instruções” do líder norte-coreano.
A execução de uma figura tão bem colocada na hierarquia do poder norte-coreano é interpretada como mais uma demonstração de força de Kim Jong-un. Desde o início do ano, o líder norte-coreano ordenou a execução de 15 oficiais do regime, segundo informações dos serviços secretos sul-coreanos.
Mas a forma como Hyon foi executado – fuzilamento por bateria antiaérea – é também vista como um sinal de desconforto por parte de Kim e é “indicativo da forma impulsiva da sua tomada de decisões”, diz à BBC o analista Mike Madden.
Um depois da publicação desta notícia na imprensa mundial, os serviços secretos sul-coreanos vieram afinal dizer que não têm confirmação absoluta da morte do ministro da Defesa.
No mês passado, o Comité para os Direitos Humanos na Coreia – um organismo sedeado nos EUA – revelou imagens captadas por satélite que mostram campos de fuzilamento em que se distinguem peças de artilharia antiaérea, provavelmente preparadas para uma execução em Outubro de 2014, indicando que esta tem sido uma prática comum desde que Kim está no poder.
“Não há um perigo claro actualmente para a liderança de Kim Jong-un ou para a estabilidade da Coreia do Norte, mas se isto continua a acontecer durante o próximo ano, então teremos que encarar seriamente um plano de contingência para a península coreana”, acrescentou.
As notícias provenientes da Coreia do Norte – um dos países mais fechados do mundo – são sempre de difícil confirmação. Geralmente, as informações são veiculadas pelos media estatais chineses ou pelos serviços secretos sul-coreanos. Porém, há sempre alguma cautela quando as notícias são reveladas pelos seus vizinhos do Sul, que, a par de informação verídica, por vezes distorcem alguns factos, com o objectivo de desacreditar os seus rivais peninsulares.
O caso de Hyon é aparentemente diferente, uma vez que as informações foram reveladas perante um órgão de soberania – o Parlamento sul-coreano. A última ocasião em que o ministro foi visto publicamente foi em Moscovo, numa conferência sobre segurança, em Abril.
A China, o aliado mais próximo de Pyongyang, disse não ter tido conhecimento da execução do ministro da Defesa, segundo a agência Yonhap.
As execuções de altos dirigentes do regime têm sido comuns desde que Kim chegou ao poder, em Dezembro de 2011, após a morte do pai, Kim Jong-il. Entre as 70 purgas que conduziu, a mais relevante foi a do próprio tio, Jang Song-thaek – que chegou a ser a segunda figura do Estado.
A detenção de Jang, durante uma sessão do Politburo do Partido Comunista em Dezembro de 2013, foi amplamente noticiada nos media estatais da Coreia do Norte, algo inédito num país em que os meios de comunicação são totalmente controlados.