Autarca alerta para centenas de peixes mortos em Mação devido à poluição no Tejo
Presidente da câmara diz que há recorrentes queixas sobre os maus cheiros da água do rio, que corre castanho e cheio de espuma.
"Este episódio não é pontual, temos recebido de forma recorrente queixas dos munícipes sobre os maus cheiros da água do rio Tejo, para além do fraco caudal e do seu mau aspecto, de cor acastanhada e com bastante espuma", disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela (PSD).
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"Este episódio não é pontual, temos recebido de forma recorrente queixas dos munícipes sobre os maus cheiros da água do rio Tejo, para além do fraco caudal e do seu mau aspecto, de cor acastanhada e com bastante espuma", disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela (PSD).
Nesta terça-feira de manhã, os autarcas foram alertados para “centenas de peixes mortos nas margens do rio e retidos nas grelhas da barragem (que impedem que detritos vão parar às turbinas que geram a electricidade)”.
“O problema não ocorreu no nosso território. A fonte poluidora está a montante e os peixes mortos vieram ao sabor da corrente, até pararem aqui", concretizou.
Contactado pela Lusa, Francisco Pinto, pescador há 47 anos, residente em Ortiga, disse que os peixes mortos "eram às centenas", tendo observado que "muitos ainda tentavam respirar, à tona de água", mas sem conseguirem o oxigénio necessário.
"Havia ali peixes mortos com mais de três quilos", destacou, tendo observado que a quantidade de peixe afectado ainda está por apurar.
Segundo Vasco Estrela, "isto, como está, não pode continuar", pois "é todo um património ribeirinho, um rio estratégico em termos de desenvolvimento regional e de afirmação de uma identidade histórica e patrimonial que está em causa".
"Vamos fazer uma exposição à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para que se perceba o que está a acontecer, para que se identifiquem as fontes poluidoras, e para que se encontre uma solução para que isto não torne a suceder", vincou.
Os peixes mortos foram retirados pelos funcionários da EDP, que laboram na Barragem de Ortiga/Belver, os quais, com a ajuda de uma retroescavadora, abriram valas e os enterraram.