Sindicato dos pilotos remete decisão de nova greve na TAP para a assembleia-geral

Hélder Santinho afirma que nova reunião será marcada "a seu tempo".

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Sindicato dos Pilotos garante que fundo salarial tem "uma reserva muito grande".

Numa conferência de imprensa de esclarecimento sobre os motivos da greve, convocada pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), que decorreu em Lisboa, Hélder Santinhos, dirigente daquela estrutura sindical, realçou que os custos da greve, que teve início a 1 de Maio e se prolonga até domingo, são na casa dos 30 milhões de euros e as exigências feitas pelo sindicato ao Governo e à TAP representam 6,5 milhões de euros por ano.

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Numa conferência de imprensa de esclarecimento sobre os motivos da greve, convocada pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), que decorreu em Lisboa, Hélder Santinhos, dirigente daquela estrutura sindical, realçou que os custos da greve, que teve início a 1 de Maio e se prolonga até domingo, são na casa dos 30 milhões de euros e as exigências feitas pelo sindicato ao Governo e à TAP representam 6,5 milhões de euros por ano.

O responsável do sindicato esclareceu que a greve está a ser "muito eficaz, não deve ser desvalorizada e não foi um fracasso" e lembrou que o fundo salarial de greve tem uma reserva "muito grande".

Além disso, destacou que o problema que esteve na origem da greve "não está resolvido", mas explicou que a decisão sobre a convocação de uma nova paralisação compete à assembleia-geral do sindicato.

O dirigente do SPAC disse, entretanto, que não está marcada qualquer assembleia-geral para domingo, salientando que será convocada a seu tempo.

Hélder Santinhos esclareceu ainda que a proposta que o sindicato irá apresentar aos associados em assembleia-geral passará muito pelo rumo que estes querem "dar aos acontecimentos".

Este dirigente referiu também que o fundo salarial do sindicato "tem uma reserva muito grande" e, "mesmo que não fosse suficiente, haveria outros mecanismos para fazer greve".

Sobre a privatização da TAP, disse que "está a ser feita em final de legislatura" e que "não há um consenso político alargado sobre a mesma", pelo que o SPAC se tem preocupado "muito mais" do que no anterior processo de venda, que não avançou.

"O processo é todo muito precipitado, os partidos da oposição não tiveram acesso à avaliação da empresa e tudo isso nos levantou estas preocupações, daí acharmos que deve haver um acordo social com os trabalhadores para garantir a estabilidade da empresa e, no fundo, garantir igualmente a manutenção da TAP em território nacional", salientou.

Hélder Santinhos destacou ainda que um dos aspectos que o SPAC gostaria de ver solucionado se relaciona com a quebra salarial que houve com a aplicação de orçamentos restritivos devido à crise e que levaram a que as remunerações salariais do sector público, nomeadamente, dos pilotos, fossem reduzidas.
É entendimento do SPAC que se este problema não for resolvido são "os trabalhadores da TAP a subsidiarem o investidor privado", ou seja, o comprador da companhia "não vai arriscar nenhum dinheiro do bolso dele para pôr na TAP".

"No limite, com as reduções salariais, os trabalhadores poderiam, por absurdo, pedir um empréstimo para capitalizar a TAP, porque nenhum investidor privado vai capitalizar a empresa em mais de 100 milhões euros ou 200 milhões de euros", frisou.