Compra da TAP no radar de mais uma capital de risco: a Cerberus
Há ainda mais duas empresas de capital risco a estudar privatização da transportadora aérea.
Ao que o PÚBLICO apurou, esta capital de risco, que a par da Apollo também está na corrida ao Novo Banco, completa o grupo de três investidores com um perfil mais financeiro que mostraram interesse na venda da transportadora aérea. No entanto, só a 15 de Maio, prazo para apresentação de propostas de aquisição, será possível saber se efectivamente avançam.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Ao que o PÚBLICO apurou, esta capital de risco, que a par da Apollo também está na corrida ao Novo Banco, completa o grupo de três investidores com um perfil mais financeiro que mostraram interesse na venda da transportadora aérea. No entanto, só a 15 de Maio, prazo para apresentação de propostas de aquisição, será possível saber se efectivamente avançam.
Ao contrário da Greybull, que controla a transportadora aérea low cost Monarch depois de ter adquirido 90% do capital da empresa em Outubro de 2014, não são conhecidos investimentos da Apollo, nem da Cerberus na indústria da aviação. Esta última capital de risco chegou a ter no seu portfólio um grupo de leasing de aviões, a Aercap, mas vendeu as acções que possuía há dois anos.
A par destas três empresas, outros quatro investidores assinaram o acordo de confidencialidade com o Governo: Gérman Efromovich, dono do grupo sul-americano Avianca, David Neelman, accionista da brasileira Azul, a companhia de aviação também brasileira Gol e o empresário português Miguel Pais do Amaral, num consórcio que integra o milionário norte-americano Frank Lorenzo e o grupo nacional de logística Barraqueiro.
Dentro de uma semana, termina o prazo para concretizarem uma oferta pela TAP, num momento que continua a ser de grandes incertezas sobre o desfecho da segunda tentativa de privatização da companhia. Já em 2012 o Governo teve de suspender a venda da transportadora aérea, na sequência da rejeição da oferta do único candidato, Gérman Efromovich.
Uma das variáveis que o executivo quis assegurar desde o início é que esta ronda seria mais competitiva, o que parece estar assegurado tendo em conta o número de candidatos que assinaram o acordo de confidencialidade. No entanto, não só há dúvidas sobre se avançam com uma proposta, como é incerto se a oferta preencherá os requisitos ao nível do projecto estratégico desenhado para a TAP, numa altura em que é crucial um reforço da estrutura financeira do grupo.
Na quinta-feira, o secretário de Estado dos Transportes garantiu que o Governo iria prosseguir a venda da companhia “com determinação”, apesar das críticas da oposição. Sérgio Monteiro reagia assim às declarações feitas pelo secretário-geral do PS, que numa entrevista à TVI assegurou que o seu partido tudo fará para “evitar a perda de controlo” da empresa. Um objectivo que esbarra no modelo de privatização escolhido, que prevê a alienação, numa primeira fase, de 66% do capital, embora a intenção seja que o Estado saia totalmente da TAP no médio prazo.
O momento desta privatização também não é o ideal por causa da instabilidade que se instalou na empresa, fruto do braço-de-ferro com os pilotos. Não só a greve de dez dias convocada pelo sindicato, e que termina domingo, ameaça causar prejuízos de 35 milhões de euros, como ainda paira no ar a ameaça de uma nova paralisação.